O dramaturgo sueco foi um dos grandes nomes do naturalismo
Johan August Strindberg (Estocolmo, 22 de janeiro de 1849 – Estocolmo, 14 de maio de 1912), autor sueco, nasceu em Estocolmo, Suécia, em 1849. Filho de um comissário marítimo e uma criada, frequentou a Universidade de Upsala, que acabou por abandonar. O dramaturgo Strindberg ficou reconhecido pela peça O Sonho em 1902.
Foi professor, ator e jornalista antes de optar definitivamente pela carreira de dramaturgo e escritor. É autor de algumas das peças mais importantes do teatro moderno, como O pai (1887) e Senhorita Júlia (1888). Sua obra, contudo, não se restringe a textos dramáticos, mas inclui romances, contos, poemas e escritos sobre história, sociologia, física e química, além de trabalhos em pintura e fotografia.
Mergulhado no início de sua trajetória em um idealismo pós-romântico, o autor de “Mestre Olof” (1872) atravessou uma fase naturalista da qual é exemplo o romance “O Quarto Vermelho” (1879) , outra simbolista, até chegar a algo inteiramente novo, que mais tarde seria denominado expressionismo.
Strindberg levou vida errante, marcada por crises agudas de esquizofrenia e misticismo. Morou em diversos países, como Alemanha, França e Suíça, e foi casado três vezes teve filhos com cada uma de suas mulheres. Com “Inferno” (1897) o escritor foi saudado, entre outras coisas, por suas minuciosas e precisas descrições de estados mentais próximos da loucura.
Na peça Miss Julie ele narra com inteligência e fluência numa noite de solstício de verão, na Suécia, os criados festejam e a aristocrata e belíssima Julie está à beira do descontrole. Sem se importar com as normas sociais a que está sujeita, ela tenta abertamente seduzir Jean, o valete de seu pai. O que se segue é uma guerra de classes e de sexos que está entre as mais rascantes já escritas e que seus personagens tão complexos enfrentam com brilhantismo.
Strindberg morreu em 1912, em Estocolmo.
Inferno
August Strindberg
Prêmio Jabuti de Tradução 1982
“O Inferno de Strindberg não é um livro, não é vivido pelo leitor como um livro, mas sim como uma experiência.” A afirmação de Pier Paolo Pasolini no posfácio deste volume pode dar uma ideia do impacto que esta obra é capaz de provocar, como se, com ela, tivéssemos acesso ao mais íntimo de um autor genial, complexo e contraditório.
Misto de diário, ensaio e ficção, o texto do grande dramaturgo sueco August Strindberg (1849-1912) é um mergulho nos subterrâneos de seu tumultuado mundo psíquico, no qual a vontade individual parece estar submetida ao poder de forças inconscientes, que transformam o homem num joguete atormentado.
Escrito em francês entre 1896 e 1897, em Paris, no sul da Áustria e na Suécia, é também o testemunho da mania de perseguição de Strindberg, de sua religiosidade supersticiosa, de sua misoginia e misantropia , somado a uma escrita espiralada, fluente, que a premiada tradução de Ismael Cardim preservou em sua inteireza faz de Inferno uma obra de originalidade quase sem paralelo na literatura moderna.
(Fonte: http://www.editora34.com.br)
(Fonte: Veja, 20 de novembro de 2002 – ANO 35 – Nº 46 – Edição 1778 – Veja Recomenda – VÍDEO – Pág: 125)
(Fonte: 18 de dezembro de 1985 – Edição 902 – CINEMA/ Por Mário Sérgio Conti – Pág: 147)