Maria Antonieta, a Virtuosa imperatriz era uma brilhante estrategista política

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Maria Antonieta: A última rainha

Maria Antonieta (Viena, 2 de novembro de 1755 – Praça da Concórdia, Paris, 16 de outubro de 1793), a Virtuosa imperatriz era uma brilhante estrategista política. Menina austríaca que virou soberana da França, Maria Antonieta usou o luxo para se impor na corte de Versalhes.

No ardor republicano que queimou a partir de 1792 na França revolucionária, Maria Antonieta tornou-se um símbolo da velha ordem que estava ruindo. A devassidão moral e a dissipação financeira da corte encontraram seu emblema na estrangeira que supostamente sangrava o tesouro francês em vestidos, joias e bacanais.

Na verdade, ela nunca foi esse monstro hedonista. Nascida em Viena, em 2 de novembro de 1755, Maria Antonieta era uma adolescente magra, de tez muito clara e quase desprovida de busto quando chegou à França como prometida do futuro rei. Tinha o queixo prognata que os Habsburgo carregavam como um estigma – mas não era desprovida de graça. O futuro Luís XVI, ao contrário, era um rapaz desajeitado.

Já mostrava os primeiros sinais da obesidade que se tornaria quase escandalosa nos anos seguintes. A consumação física do casamento demorou nada menos do que sete anos para se realizar – ao que parece, o senso de profunda inadequação física do jovem herdeiro travava suas obrigações conjugais.

Os panfletos pornográficos que abundavam no século XVIII retratavam Maria Antonieta como uma ninfomaníaca enlouquecida.

Sim, a rainha teve ligações muito íntimas com algumas damas da corte, mas esse “apego” era, “mais emocional do que físico”. O único caso documentado de Maria Antonieta, com o conde sueco Fersen, foi conduzido com a máxima discrição, comportamento raro em meio à promiscuidade de Versalhes.

A suposta insensibilidade social da rainha também é contestada. O episódio em que Maria Antonieta manda parar sua carruagem para socorrer um camponês ferido ganha uma importância desproporcional na modéstia de Maria Antonieta.

Ela seria uma mulher à frente do seu tempo, uma rainha simples e caridosa que “se encaixaria com facilidade nas futuras monarquias apolíticas” –, numa frase em que está subentendida a ideia de que Maria Antonieta foi uma espécie de Lady Di do século XVIII.

A Revolução Francesa, considerando que outras monarquias chegaram a um quadro democrático e liberal sem banhos de sangue, será que o Terror foi mesmo necessário para afirmar os decantados ideais de Liberdade, Igualdade, Fraternidade?

Maria Antonieta poderia ter sido uma figura de transição entre o absolutismo e alguma forma de monarquia constitucional.

Bem diferente daquilo que o povo gritava em 1793 enquanto a carroça conduzia a rainha para a guilhotina da Praça da Concórdia.

VIDA PRIVADA

Maria Antonieta foi sempre descartada pela corte francesa como uma tola. Sua humilhação suprema: Luís XVI demorou sete anos para consumar o casamento – o que era de conhecimento público.

PODER POP

Jovem demais e uma estranha entre os franceses, a austríaca Maria Antonieta consolou-se no dom para ditar moda. Os vestidos elaborados e os exóticos penteados pouf eram imitados por toda a aristocracia. Consta que também não era o monstro de indiferença que se pintou: ensinava caridade aos filhos e socorria camponeses feridos.

MORTE ICÔNICA

Maria Antonieta foi emblema do excesso e da exploração da monarquia francesa. Em companhia do rei, Maria Antonieta tentou fugir da França revolucionária em 1791. Os dois foram capturados e acabaram perdendo a cabeça na guilhotina.

Ao ser informada de que o povo francês estava faminto, Maria Antonieta, com o desdém conjugado das dinastias que representava – os Bourbon e os Habsburgo –, respondeu com a tirada famosa: “Se não têm pão, que comam brioches”. Ou assim reza a lenda.

Diz que a frase jamais foi pronunciada por sua personagem. A mesma sentença já havia sido atribuída a uma princesa espanhola que se casou com Luís XIV, cerca de um século antes de Maria Antonieta pisar em Versalhes. E continuaria sendo atribuída a várias princesas nos 100 anos seguintes – até finalmente “colar” na nobre de origem austríaca, provavelmente por força da propaganda dos revolucionários que a levaram à guilhotina em 16 de outubro de 1793, na Praça da Concórdia em Paris.

(Fonte: Veja, 27 de dezembro de 2006 – ANO 39 – N° 51 – Edição 1988 – LIVROS/ Por Jerônimo Teixeira – Pág; 104/105)

 

 

 

 

 

Em 16 de outubro de 1793, Maria Antonieta, mulher de Luiz XVI, é executada na guilhotina.

(Fonte: Zero Hora – ANO 46 – Nº 16.116 – Almanaque Gaúcho/ Por Olyr Zavaschi – Hoje na História – 16 de outubro de 2009 – Pág: 62)

 

 

 

 

 

 

 

 

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