ASSOMBROS DO CAPITALISMO
John D. Rockefeller (Richford, 8 de julho de 1839 – Ormond Beach, 23 de maio de 1937), personagem pitoresco que reinventou a economia americana no século XIX.
O personagem: em contraste com seu pai, que atuou como curandeiro e mágico itinerante entre outras atividades inusitadas, ele foi um homem convencional, discreto e devoto. “tinha a alma de um guarda-livros”, disse uma biógrafa
As realizações: sob a bandeira da Standard Oil, controlou o comércio mundial de petróleo
Por que foi polêmico: tornou-se símbolo do capitalismo monopolista.
Vinha de baixo e agia com vulgaridade; mas também possuía uma audácia heróica e magníficos talentos. Ascendeu do nada para tornar-se colosso na indústria petrolífera.
Na segunda metade do século XIX, os Estados Unidos deram um dos mais extraordinários saltos de desenvolvimento da história. Em 1860, a produção industrial do país correspondia a um terço da produção britânica. Quarenta anos depois, a situação se invertera: as fábricas americanas já produziam 25% mais que as da antiga metrópole.
Entre os fatores que explicam essa explosão de riqueza, não se pode ignorar o surgimento de uma nova classe de empreendedores. Saídos muitas vezes da pobreza, esses homens acumularam, em tempo recorde, fortunas antes inimagináveis.
Multiplicaram a riqueza nacional, agarraram oportunidades, orquestraram esquemas de corrupção. O período tirou deles o seu tom e a sua cor.
Rockefeller desenvolveu novas formas de organizar e administrar negócios. Ele se encontra na origem da moderna economia corporativa.
Rockefeller criou empresas gigantescas absorvendo implacavelmente seus competidores.
Quando se fala de Rockefeller, “multinacional” e “monopólio” são as palavras que vêm à mente. Sua Standard Oil vendia querosene ao mundo todo e chegou a controlar quase que a totalidade do negócio de refino de petróleo nos Estados Unidos.
À medida que deglutia empresas menores, ele teve de inventar maneiras de coordenar as inúmeras peças de seu quebra-cabeça corporativo, numa época em que a legislação americana nem sequer aceitava que uma empresa operasse em dois estados.
Em 1910, a Suprema Corte dos Estados Unidos obrigou a Standard Oil a dividir-se em mais de trinta companhias, no primeiro grande processo antitruste da história. A fortuna de Rockefeller chegou a ser avaliada em 1,2 bilhão de dólares um valor muito mais do que astronômico para aquele tempo.
(Fonte: Veja, 6 de dezembro de 2006 – ANO 39 – N° 48 – Edição 1985 – Livros/ Por Carlos Graieb – Pág; 134/135)