A estrela do beijo mais erótico do cinema
Deborah Kerr (Helensburgh, 30 de Setembro de 1921 – Suffolk, 16 de outubro de 2007), atriz britânica que estrelou, junto com Burt Lancaster, um dos beijos mais famosos do cinema em A Um Passo da Eternidade.
Refinada e elegante, a atriz britânica foi estrela de filmes como A um Passo da Eternidade, em que protagonizou um dos beijos mais eróticos da história do cinema, protagonizou cerca de 50 filmes em seus 40 anos de carreira. Ela foi cotada para o Oscar de melhor atriz em seis ocasiões, mas nunca chegou a ganhar a estatueta. A Academia de Cinema Americana, no entanto, lhe concedeu em 1994 um Oscar honorário, saudando a “perfeição, a disciplina e a elegância” de seu trabalho nas telonas.
A estrela de O Rei e eu, Chá e Simpatia e A Noite do Iguana ficará para sempre na memória dos cinéfilos graças a alguns papéis memoráveis. O beijo entre ela e Burt Lancaster numa praia do Havaí, em que ambos rolam abraçados e molhados em A um passo da eternidade, de Fred Zinnemann (1953), provocou sonhos eróticos em gerações inteiras de adolescentes.
Kerr interpretava a esposa adúltera de um capitão, que mantinha um relacionamento com um sargento. A Academia de Cinema americana designou esta fita entre os cem filmes mais românticos da história do cinema, e a praia de Oahu foi batizada depois como Eternity Cove, em homenagem ao filme. O lugar se tornou um ponto de peregrinação, sendo visitado por turistas do mundo inteiro.
Outros papéis memoráveis incluem Anna Leonowens, uma jovem britânica que se apaixona pelo rei de Sião, em O Rei e Eu. Atuou com grandes astros de Hollywood, como Robert Mitchum em O Céu é Testemunha; Cary Grant em Tarde Demais para Esquecer.
Mas, para muitos ela será lembrada pela cena de beijo que protagonizou com Lancaster, constantemente eleita entre os melhores beijos da telona.
Deborah Kerr nasceu Jane Kerr-Trimmer em 1921, em Hennelsberg, na Escócia., ela iniciou sua carreira em teatros na Inglaterra e entretendo soldados durante a 2.ª Guerra Mundial.
Estudou dança e começou a fazer teatro muito jovem. Sua estréia no cinema ocorreu aos 20 anos, na versão da peça Major Bárbara, realizada por Gabriel Pascal, em 1941. Aos 30, a elegância tipicamente inglesa de Deborah Kerr tomou de assalto Hollywood e no biênio 1950-51, ela fez dois grandes sucessos da época – As Minas do Rei Salomão, a versão de Andrew Marton e Compton Bennett, com Stewart Granger; e Quo Vadis?, que Mervyn LeRoy adaptou do romance do polonês Henryk Sienkiewicz.
Nos anos seguintes, com raro talento, Deborah Kerr conseguiu criar na tela todo tipo de personagem feminina. Fosse ela uma adúltera (A Um Passo da Eternidade) ou uma freira (O Céu É Testemunha, de John Huston), o espectador podia estar seguro de que ia ver na tela uma atriz capaz de expressar sentimentos viscerais da mulher.
Talvez tenha sido este o grande legado de Deborah Kerr. Na sua grande fase, ainda anterior ao feminismo, ela humanizou a mulher no cinema, abordando seus sentimentos em relação ao amor e ao sexo em papéis (e filmes) que se tornaram inesquecíveis.
A inválida de Tarde Demais para Esquecer, de Leo McCarey (1898-1969); a amante do pai hostilizada pela jovem Jean Seberg em Bom-Dia Tristeza, de Otto Preminger; a governanta das crianças que podem estar possuídas de Os Inocentes, terror gótico de Jack Clayton; a missionária reprimida de A Noite do Iguana, que John Huston adaptou de Tennessee Williams; e o novo casal adúltero que ela formou com Burt Lancaster em Os Pára-Quedistas Estão Chegando, de John Frankenheimer, mostraram que essa grande dama não temia subverter a própria imagem, para melhor servir a seus personagens.
Um de seus grandes papéis foi em Movidos pelo Ódio, de Elia Kazan, em 1969. Deborah era a mulher de Kirk Douglas, mas ele estava mais interessado na amante, Faye Dunaway. Numa cena ousada, ela dava vazão à sua sensualidade insatisfeita, pegando de forma obscena no mastro da cama. Grande Deborah Kerr. É impossível ser cinéfilo sem ter amado essa grande atriz.
A atriz, que estudou balé no teatro Sadler’s Wells de Londres e trabalhou em teatros do West End, começou sua carreira no cinema com Narciso Negro, e durante os 45 anos que atuou, conseguiu escolher bem seus papéis, o que não é nada fácil em Hollywood.
Principais filmes
1941 – “Major Barbara”, de Gabriel Pascal
1947 – “Narciso Negro”, de Michael Powell e Emeric Pressburger
1951 – “Quo Vadis?”, de Mervyn LeRoy
1952 – “O Prisioneiro de Zenda”, de Richard Thorpe
1953 – “Young Bess”, de George Sidney
1953 – “Júlio César”, de Joseph L. Mankiewicz
1953 – “A Um Passo da Eternidade”, de Fred Zinnemann
1956 – “O Rei e Eu”, de Walter Lang
1957 – “Tarde Demais para Esquecer”, de Leo McCarey
1958 – “Bom Dia Tristeza”, de Otto Preminger
1958 – “Vidas Separadas”, de Delbert Mann
1961 – “A Tortura da Suspeita”, de Michael Anderson
1961 – “Os Inocentes”, de Jack Clayton
1964 – “A Noite do Iguana”, de John Huston
Deborah Kerr morreu em 16 de outubro de 2007, aos 86 anos. Deborah, que sofria de Mal de Parkinson, morreu em Suffolk, na Inglaterra.
(Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer – NOTÍCIAS – CULTURA/ Por Luiz Carlos Merten e Associated Press – 31 de dezembro de 1969)
(Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/mundo – MUNDO – HOLLYWOOD – 19/10/2007)