Arnold Böcklin (Basileia, Suíça, 16 de outubro de 1827 – Fiesole, Itália, 16 de janeiro de 1901), um dos maiores nomes da arte romântica alemã. Foi um artista que expressou o trabalho na pintura romântica e impetuosa, principalmente no apreço pelas linhas curvas.
Arnold Böcklin formou-se em pintura na Academia de Düsseldorf, tendo tido como seu mestre Johann Schirmer. Foi artisticamente influenciado pelas obras de Thomas Couture e de Camille Corot, aquando da sua visita à cidade de Paris, em 1848.
Esteve posteriormente em Roma, entre os anos de 1850 e 1857, onde, à semelhança de outros artistas do seu tempo, fez cópias de obras da Antiguidade Clássica. Esta vertente artística patenteou-se em algumas das suas obras, nomeadamente as realizadas após travar conhecimento com o pintor Hans von Marées na cidade de Florença, em 1874, que possuía a mesma inclinação para as formas e temas clássicos.
Do conjunto de obras que observou, copiou e estudou em Itália seriam os trabalhos de Rafael que mais o marcariam. Por outro lado, retirou elementos das naturezas presentes nos quadros de pintores quinhentistas e seiscentistas do Norte da Europa, como Salomon von Ruysdael, Albrecht Dürer e Mateus Grünewald, que aliou a temáticas próprias do Romantismo Alemão.
Tal deu origem a pinturas como A Ilha dos Mortos, de 1880, uma das suas obras mais conhecidas, e que ele caracterizou como “uma imagem para sonhar” (o nome pelo qual a pintura é conhecida foi dado por um comerciante de arte). Todos estes aspetos, reforçados pelos elementos que Böcklin retirou do movimento simbolista francês, contribuíram para a influência exercida sobre pintores do Expressionismo e do Surrealismo, como Salvador Dalí e Giorgio de Chirico.
O trabalho de Böcklin desenvolveu-se sobretudo na sua cidade natal e em Munique, tendo-se igualmente destacado na pintura mural (nas escadas do Kunstmuseum de Basileia) e de retratos (A atriz Jenny Janauschek). Algumas das suas obras encontram-se na Nationalgalerie de Berlin, no Metropolitan Museum de Nova York, na Neue Pinakotek de Munique e no Kunstmuseum de Basileia.
(Fonte: Veja, 7 de agosto de 1996 – ANO 29 – N° 32 – Edição 1456 – ARTE/ por ANGELA PIMENTA – Pág: 138/139)