DR. HELENE DEUTSCH; PSICÓLOGA ANALIZADA POR FREUD
Helen Rosenbach Deutsch (nasceu em 9 de outubro de 1884, em Przemysl – faleceu em Nova York, 29 de março de 1982), psiquiatra e psicanalista americana, a primeira mulher psicanalisada por Sigmund Freud. Psicanalista, escreveu “A Psicologia da Mulher”.
Helene Deutsch, que em 1918 iniciou sua psicanálise com Sigmund Freud, foi a primeira mulher analista a ser analisada por Freud e antes de sua morte havia se tornado a mais velha psicanalista analisado por Freud.
Para o público, a Dra. Deutsch talvez fosse mais conhecida por seu trabalho em dois volumes, “The Psychology of Women”, publicado em 1944 nos Estados Unidos. O primeiro volume é sobre a infância e o segundo sobre a maternidade. Por muitos anos foi considerado o relato psicanalítico mais abrangente sobre o assunto.
Para os psicanalistas, a Dra. Deutsch era provavelmente mais conhecida por descrever o que ela chamava de personalidade “como se”, um conceito que se concentra em pessoas cujas vidas lhes parecem carentes de autenticidade. Assim, seu trabalho pode ser visto como um prenúncio de grande parte do estudo atual sobre personalidades borderline e narcisistas.
Escritora prolífica, ela publicou seu último livro, “Confrontations With Myself”, em 1973.
Uma ativista política
Ela foi uma ativista política ao longo de sua vida. Como socialista na Europa nos anos 1900, ela trabalhou pelos direitos das mulheres. Como cidadã americana nos Estados Unidos nas décadas de 1960 e 1970, ela marchou contra a Guerra do Vietnã.
Helene Rosenbach Deutsch nasceu em 9 de outubro de 1884, em Przemysl, no que era então a parte polonesa do Império Austro-Húngaro. Ela atribuiu seu senso de justiça social ao pai, um advogado que sempre defendeu os pobres. Ela atribuiu sua rebeldia às lutas com a mãe.
“Ela era uma mulher má e eu não queria ser como ela”, disse o Dr. Deutsch em um artigo publicado na The New York Times Magazine em 30 de julho de 1978.
Aos 12 anos, quando sua mãe a proibiu de obter os estudos necessários para passar no vestibular, ela fugiu de casa. Descoberta pelos policiais, ela voltou para casa e fez o pai assinar um papel prometendo-lhe a oportunidade de cursar uma universidade.
Apaixonada por um socialista
Quatro anos mais tarde, aos 16 anos, ela se apaixonou por Herman Lieberman, líder do Partido Social Democrata Polaco, que tinha o dobro da sua idade e tinha dois filhos e uma esposa que não se divorciava dele. Durante oito anos, Helene Deutsch e Lieberman tiveram um caso de amor.
Nesse período, organizou greves de mulheres trabalhadoras e às vezes se jogava na frente dos cavalos dos policiais em nome da revolução.
Quando Lieberman foi eleito delegado ao Parlamento em Viena em 1907, Helene Deutsch foi com ele. Ela era uma das três mulheres matriculadas como estudantes de medicina e planejava se tornar pediatra.
Depois que ela rompeu com Lieberman, suas atividades políticas cessaram e ela se envolveu mais com a psiquiatria. Na década de 1920, após uma estadia em Berlim, regressou a Viena para fundar o Instituto Psicanalítico de Viena. Permaneceu como diretora do instituto até 1935, quando se mudou para os Estados Unidos com o marido, Felix Deutsch, psicanalista com quem se casou em 1912.
Nos últimos anos, a sua associação com Freud e a defesa das suas teorias fizeram dela um alvo de feministas que consideravam essas teorias como justificativas da sujeição das mulheres.
Helen Deutsch faleceu em 29 de março de 1982, aos 97 anos, de ataque cardíaco, em Cambridge, Massachusetts.
Ela deixa um filho, Martin, que é professor de física teórica no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e dois netos, Peter e Nicholas.
(Fonte: Revista Veja, 7 de abril de 1982 – ANO 35 – N° 16 – Edição 709 – DATAS – Pág: 120)
(Fonte: https://www.nytimes.com/1982/04/01/archives – New York Times/ ARQUIVOS/ Arquivos do New York Times/ Por Lawrence K. Altman – 1º de abril de 1982)
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