Pioneiro da Bauhaus: o arquiteto Henry van de Velde
Henry van de Velde (Antuérpia, Bélgica, 3 de abril de 1863 – Suíça, 25 de outubro de 1957), arquiteto e designer influenciou toda uma geração de modernistas. Foi um dos mais importantes arquitetos e designers do século 20.
Assim como a maioria dos artistas da sua época, van de Velde era bastante eclético. Trabalhou como arquitecto, mas também desenhava móveis, cerâmica, porcelana, prata, jóias, tecidos e vestuário.
Arquitecto e docente, foi considerado um dos criadores do estilo Arte Nova. Recomendou Walter Gropius como seu sucessor na Escola de Weimar, em 1915.
Este belga nascido em Antuérpia foi um dos iniciadores do estilo Art Nouveau, caracterizado pelo emprego de motivos florais, linhas sinuosas. Foi considerado o artista mais internacional deste movimento artístico.
Começou sua carreira como pintor, influenciado pelos neo-impressionistas. Depois, influenciado (1890) pelo inglês William Morris, passou a se dedicar ao desenho industrial, com a intenção de aplicar ao dia-a-dia suas concepções estéticas.
Construiu a sua primeira casa para ele próprio, em Bruxelas, a Bloemenwerf (1895), embora ele nunca tenha estudado arquitetura, e começou a fazer sucesso pela criatividade de seus interiores, especialmente criando peças de mobiliário.
Realizou uma exposição de móveis em Paris (1896) e outra em Dresden (1897), que, com suas linhas onduladas e seus motivos orgânicos, foram fundamentais para difundir a Arte Nova na França e na Alemanha.
Weimar: Escola de Artes Aplicadas (1902)
Em 1902, Henry van de Velde fundou em Weimar um Seminário de artes aplicadas que, sob sua orientação, se transformou em 1906 na Escola de Artes Aplicadas. Quando da fusão com a Escola de de Belas-Artes, sob a direção de Walter Gropius, formou-se a Staatliche Bauhaus Weimar, que veio a ser o ponto central do desenvolvimento do Design do século XX.
Foi conselheiro artístico do grão-duque de Weimar, reorganizou a Escola de Artes e Ofícios e a Escola de Belas-Artes e lançou as bases para a posterior fusão das duas instituições na Bauhaus, por iniciativa de Walter Gropius (1919).
Werkbund, Colónia
Projectou (1914) um teatro para o Deutscher Werkbund, edificado em Colónia.
Depois de viajar por vários países da Europa, voltou à Bélgica (1925) e desenvolveu uma intensa atividade pedagógica, embora ainda tenha projetado alguns prédios, como o do Museu Kröller-Müller, em Otterlo.
Morou em Paris (1910-1911), mas voltou para Weimar. Depois mudou-se para a Suíça (1917) onde morou dois anos e então passou 6 anos na Holanda. Voltou novamente para Bruxelas (1926).
Na arquitetura os seus principais sucessos foram o Museu Folkwang, em Haia (1901), o Teatro Werkbund, em Köln (1914) e o Rijksmuseum Kröller-Müller, em Otterloo, na Holanda (1936-1938).
Pioneiro da Bauhaus
Nascido na Bélgica, o arquiteto e artista universal, que em Weimar se tornou pioneiro do movimento Bauhaus.
Sua obra é abrangente: de edifícios, passando por vestimentas até abridores de carta. Com o seu “novo estilo”, ele se tornou um pioneiro da Bauhaus.
De pintor a arquiteto
Henry van de Velde nasceu em Antuérpia, na Bélgica, em 3 de abril de 1863. Segundo o desejo da família, ele teria sido jurista. Em vez disso, a partir de 1880, ele frequentou a Academia de Belas-Artes de sua cidade natal. Sua pintura também foi influenciada pelo pós-impressionista Vincent van Gogh. Mas o que passou a lhe interessar cada vez mais foram o design de interiores e a arquitetura.
Primeiro projeto residencial na Alemanha
Assim, Van de Velde se afastou da pintura para se dedicar à arte aplicada. Ele logo se tornou conhecido, projetando interiores em Berlim, Hagen (oeste da Alemanha) e Paris. Na Alemanha, seu primeiro trabalho como arquiteto foi a Villa Esche em Chemnitz. Da planta baixa, passando pelo mobiliário até os talheres tudo recebeu a assinatura do belga. Mas o centro de sua atuação no país foi Weimar.
Van de Velde na Escola de Artes e Ofícios
Ele mudou para Weimar em 1902 como consultor da Escola Grão-Ducal de Artes e Ofícios. Lá, fundou a escola de artes aplicadas, tornou-se diretor da instituição e projetou seus edifícios. Desde 1995, eles são Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Seus alunos deveriam adquirir conhecimentos práticos e artísticos. A ideia de unir as duas habilidades fez dele um dos pioneiros da Bauhaus.
Arquiteto e filósofo
Van de Velde se considerava um discípulo do filósofo Friedrich Nietzsche. Ambos estavam convencidos de que o indivíduo poderia modificar a sociedade. Em 1902, ele foi contratado pela irmã de Nietzsche, de quem era amigo, para projetar o Arquivo Nietzsche em Weimar. Surgiu então a casa onde Nietzsche passou os últimos anos de sua vida. Até hoje, ela permanece sem modificações.
Mudança de uso
Com o passar do tempo, muitas das obras de Van de Velde foram modificadas ou desviadas da finalidade original. A casa do industrial Paul Schulenburg, em Gera, abrigou mais tarde, por exemplo, uma escola de freiras. Após a reunificação da Alemanha, em 1990, ela permaneceu vazia por vários anos. Os atuais proprietários estão reformando a casa desde 1996, seguindo o projeto original da casa tombada.
Hostilidade e isolamento
Tudo mudou com a Primeira Guerra Mundial: como belga, Van de Velde sofreu hostilidades e ficou isolado. Em 1914, ele renunciou a seu posto em Weimar. Nesse período, ele recebeu o apoio de poucos. Entre eles, da família Dürckheim, para quem ele construiu uma mansão. Durante os anos de guerra, a proprietária da casa arrecadou 170 mil marcos para manter Van de Velde em Weimar.
De volta para a Bélgica
Mas nada mais prendia Henry van de Velde à Alemanha. Em 1917, ele deixou Weimar e se mudou primeiro para a Suíça. Mais tarde, ele voltou a viver em seu país natal, a Bélgica: em 1925, ele assumiu a cátedra de arquitetura na Universidade de Gent, tendo projetado a biblioteca da universidade (foto). Ele também projetou o pavilhão belga nas Exposições Universais de Paris (1937) e Nova York (1939).
A fundação da Bauhaus
Com a saída de Van de Velde, Weimar perdeu um nome que influenciou de forma decisiva a Escola de Artes e Ofícios. Mas seu sucessor, Walter Gropius, escolhido pelo próprio Van de Velde, desenvolveu as ideias do arquiteto belga e fundou a Bauhaus em 1919. Objetos funcionais com um design inteligente deveriam ser desenvolvidos para a produção em massa. Em 1925, a Bauhaus mudou-se para Dessau.
Um fenômeno mundial
Henry van de Velde morreu em 25 de outubro de 1957, aos 94 anos, em Zurique, na Suíça. Ele introduziu o modernismo no design e na arquitetura e transpôs a fronteira entre a arte e o ofício de artesão. Ele se tornou conhecido não somente na Europa.
Aposentado, passou os últimos dez anos de vida na Suíça, e morreu em Zurique, aos 94 anos.
(Fonte: http://www.dw.de/pioneiro-da-bauhaus-o-arquiteto-henry-van-de-velde/g-17015665 – NOTÍCIAS / CULTURA E ESTILO – CULTURA)
(Fonte: http://tipografos.net/design/velde – Paulo Heitlinger)