Regina, a mulher e o mito
Regina Maria Rosemburgo Léclery (Leme, Rio de Janeiro, 1939- Orly, Paris, 11 de julho de 1973), socialite carioca, musa do Cinema Novo.
Educação burguesa – Carioca do Leme, Regina Rosemburgo Léclery teve o que chamou de “educação burguesa da classe média”, impedindo-a durante muito tempo de praticar “um dos segredos da mulher que quer subir na vida, entregar-se na hora certa.”
Em 1963 casou-se com o milionário Wallinho Simonsen, começando a sua inquieta e irresistível vida de grã-fina. Se com ele era a bela esposa de um milionário paulista, após a separação, em Paris, tanto podia ser recebida por um discreto banqueiro como Antônio Sanchez Larragoiti quanto juntar-se a impertinentes grupos do “underground”. Casou-se com Gérard Léclery em 1968, durante um lendário almoço com Roger Vadim (1928-2000) e Jane Fonda, na Jamaica.
Regina Rosemburgo nasceu no Leme. Trabalhou como recepcionista em banco. Foi Charm-Girl, Miss Lagoinha Country Club. Casou-se em 1963 com o milionário Wallinho Simonsen e passou a freqüentar o Jet-Set. Em outubro de 1963, o casal passou com John Kennedy, em sua propriedade de Palm Beach, o último week-end da vida do presidente: na sexta-feira seguinte ele seria assassinado.
Amiga de Salvador Dali, Roger Vadim, Jane Fonda, Marisa Berenson e Gunther Sachs, Regina teve o bom gosto de não esquecer as amizades antigas e obscuras. Bom gosto que se revelou próximo do bom senso: apesar de ser uma mulher que tem tudo para suscitar inveja, Regina é uma pessoa da qual ninguém fala mal.
Separou-se em 1966, quando já conhecia Gérard Léclery, dono da maior indústria de calçados da França. Mas só se casou com ele em 1968, depois de uma perseguição de dois anos e meio, que admite ter sido árdua, mas que começou da maneira mais desinteressada possível: ao ser apresentada ao futuro marido, achou que ele não passava de um dos secretários de Gunther Sachs. Atualmente, Regina Maria Rosemburgo Léclery tem casas na França, na Suíça e na Barra da Tijuca, além de um apartamento em Paris.
Tinha um grande iate, ancorado permanentemente em Taiti, mas ele pegou fogo. Seu marido acaba de inaugurar, no Rio, uma fábrica de sapatos, Clerina. Ela acaba de filmar com Nélson Pereira dos Santos, Who is Beta? (Quem é Beta?), um science fiction que, em francês , se chamará Pás de Violence Entre Nous (Nada de Violência Entre Nós). Os que viram o filme dizem que ele é bom. Mas Regina faz questão de afirmar que não se acha uma grande atriz.
Carioca legítima, do Leme, cresceu na praia de Copacabana e desenvolveu a sua arte de viver através do mundo, desde uma escola na Suíça até os veleiros em alto-mar, os salões de Paris e Nova Iorque, os meios artísticos e também no convívio com escritores e até políticos internacionais.
No entanto, essa criatura privilegiada não nascera rica. Sua fortuna inicial fora exclusivamente os seus dons pessoais que, além da beleza física, eram a bondade e uma inteligência marcada pelo senso de humor.
Mas, tendo-se tornado realmente rica pelo casamento com o jovem industrial francês Gérard Léclery, Regina costumava dizer: Embora vocês não acreditem, entre o amor e o dinheiro eu prefiro o amor.
Frases de Regina Léclery:
Morrer aos 30 ou aos 100 anos, é a mesma coisa.
Minha vida não é um festival, mas eu não posso me impedir de ser alegre. Talvez seja uma questão de temperamento, mais do que de filosofia. Na verdade, filosofia eu não tenho nenhuma. Apenas, sou realista.
Embora vocês não acreditem, entre o amor e o dinheiro, eu prefiro o amor.”
Revista Manchete.
Regina Rosemburgo Léclery faleceu em 11 de julho de 1973, aos 31 anos, na queda de um Boeing 707 da Varig, nas imediações do aeroporto de Orly, de Paris.
(Fonte: Veja, 18 de julho de 1973 – Edição 254 – DATAS – Pág: 16/20)
(Fonte: http://passarelacultural.blogspot.com.br/2010/08/expediente – Postado por DASLAN MELO LIMA – Daslan Melo Lima – 7 DE AGOSTO DE 2010)
Revista Manchete