A primeira grande figura histórica a ter todo o seu código genético sequenciado
Cientistas britânicos vão mapear o código genético do Rei Ricardo 3º
Restos mortais achados em 2012 serão usados para fazer o DNA do rei.
Genoma vai poder identificar cor dos olhos e dos cabelos.
O rei Ricardo 3º está prestes a se tornar a primeira grande figura histórica a ter todo o seu código genético sequenciado em um projeto que vai revelar as cores dos seus olhos e cabelos. O trabalho será feito por cientistas da Universidade de Leicester, na Inglaterra.
Os restos de Ricardo 3º foram encontrados debaixo de um estacionamento, em setembro de 2012. Em uma das descobertas arqueológicas mais notáveis na história inglesa, o esqueleto com o crânio partido e a espinha curvada foram oficialmente identificados como sendo os restos mortais de Ricardo, por exames de DNA, em fevereiro de 2013.
Os cientistas acreditam que com o sequenciamento será possível também fornecer informações sobre a sua ascendência.
“Estamos no meio de uma nova era de pesquisa genética, com a capacidade de sequenciar genomas inteiros de nossos ancestrais e, com eles, detectar os fatores que podem ter causado uma doença infecciosa”, disse a doutora Turi King, do departamento de genética da Universidade de Leicester, que vai coordenar os trabalhos.
Os cientistas vão ainda comparar o DNA do rei Ricardo 3º com o de Michael Ibsen, um dos parentes vivos do monarca, com base na análise inicial de suas mitocôndrias, as organelas celulares responsáveis pela respiração e energia das células do organismo.
“O genoma de Ricardo 3º vai nos ajudar não só a ensinar sobre sua vida, mas fomentar a discussão sobre como o DNA forma nosso senso de identidade, nosso passado e nosso futuro”, destacou a doutora King.
O dramaturgo inglês William Shakespeare imortalizou Ricardo III como um tirano corcunda que matou os dois sobrinhos para subir ao trono e que, antes de morrer, propôs trocar seu reino por um cavalo.
(Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/02 – CIÊNCIA E SAÚDE – Do G1, em São Paulo – 12/02/2014)