Luiz Sérgio Metz (Santo Ângelo, 3 de junho de 1952 – Porto Alegre, 20 de junho de 1996), escritor, jornalista e letrista conhecido do circuito da música nativista do Rio Grande do Sul, era natural da cidade de Santo Ângelo, cidade histórica gaúcha.
Criou-se na cidade natal, estudou Comunicação Social em Santa Maria e viveu sua carreira profissional em Porto Alegre. Foi escritor, jornalista e letrista do grupo Tambo do Bando.
Tambo do Bando
O Tambo do Bando teve em sua estética musical a forma de pensar o Rio Grande do Sul e o mundo que Sérgio Jacaré escrevia nas letras, contos e livros. Abordava temas como dilemas da existência e reforma agrária, retratando o Rio Grande do Sul fora dos moldes tradicionais.
A dinamização das trocas culturais na pós-modernidade provocou reações diversas, como a retração em torno de tradições ou a hibridização das culturas. O Tambo do Bando enquadrava-se dentro de uma nova tendência na cultura mundial, a reação criativa latino-americana, frente ao mercado de bens culturais e às tradições.
Livros
Em seu último ano de vida, foi colaborador da coluna Regionalismo do caderno Cultura de Zero Hora, ao lado de Barbosa Lessa e Carlos Reverbel. Trabalhou na Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre e lá deixou incompleto um livro sobre a história da Usina do Gasômetro (publicado postumamente em co-autoria com Fischer).
Sérgio Jacaré lançou em vida três livros. O compêndio de contos O Primeiro e o Segundo Homem (Martins Livreiro, 1981), a biografia de Aureliano de Figueiredo Pinto (Tchê, 1986) e o romance Assim na Terra (Artes & Ofícios, 1995). Esse último, segundo Luís Augusto Fischer, é uma das 10 mais importantes obras de ficção do Rio Grande do Sul de todos os tempos e certamente uma das 10 melhores coisas escritas no país na última década (Zero Hora, 29 de junho de 1996).
Também postumamente, teve publicado o volume Terra a dentro, relato de uma viagem a cavalo pelo interior do estado, ao lado dos amigos Pedro Luiz Osório e Tau Golin.
Montava a cavalo e era familiarizado com a vida campeira, matéria central desta sua única narrativa longa “Assim na Terra”.
Assim na Terra, porém, pouco tem a ver com o regionalismo realista tantas vezes repetido e diluído dos anos 1930 em diante: é um vertiginoso experimento verbal.
A paisagem gaúcha ganha cores e distorções impressionistas, e seus rudes personagens dialogam com Bashô, Kafka e Eliot, entre outras referências literárias na aparência distante.
Metz morreu de câncer no ano seguinte ao lançamento do livro, em 20 de junho de 1996, em Porto Alegre.
(Fonte: Veja, 2 de outubro de 2013 – ANO 46 – N° 40 – Edição 2341 Veja Recomenda – LIVROS – Pág: 137)
(Fonte: http://pampurbana.blogspot.com.br/2009/07 – 24 DE JULHO DE 2009)