Ícone da vanguarda paulista
Itamar Assumpção (Tietê, 13 de setembro de 1949 – São Paulo, 12 de junho de 2003), músico que gravou seu primeiro disco em 1980, misturando reggae, samba, rock e funk.
Integrante da “vanguarda paulista”, o cantor e compositor Itamar Assumpção, foi um dos mais criativos nomes da música popular.
Paulista de Tietê, Francisco José Itamar de Assumpção era tido como “maldito”. Dos seus oito álbuns, só um foi lançado por uma grande gravadora.
O artista, um dos mais representativos da vanguarda paulista movimento cultural que aconteceu na cidade de São Paulo entre o final dos anos 1970 e o começo da década de 1990 , é conhecido por não ter feito concessões quando o assunto era música. Motivo pelo qual nunca aceitou convite das grandes gravadoras e só produziu discos independentes.
Um dos maiores nomes da Vanguarda Paulista, cena alternativa surgida no fim dos anos 1970 para romper com a lógica de mercado e da produção musical da época, Itamar Assumpção versa nos escritos sobre lugares (de São Paulo a Marte), amor e o ser humano, sem economizar na ironia e nas rimas.
Seu nome era Francisco José Itamar de Assumpção. Paulista, nasceu em Tietê em 13 de setembro de 1949. Era bisneto de escravos angolanos.
Aos 12 anos, mudou-se para Arapongas, no Paraná. Largou os estudos de contabilidade para fazer teatro e shows em Londrina, cidade onde conheceu Arrigo Barnabé.
Em 1973, mudou-se para São Paulo, onde se tornou músico profissional. Itamar Assumpção lançou seu primeiro disco, Beleléu, em 1981. Mas sua primeira aparição foi dois anos antes, no Festival de Música Popular Brasileira da Rede Tupi de Televisão, quando apresentou com Arrigo a música Sabor de Veneno.
Itamar fez o arranjo de base da canção e recebeu o prêmio de Melhor Arranjo pela música. Era um dos nomes mais notáveis entre os músicos do Teatro Lira Paulistana, que fez furor como espaço cultural alternativo nos anos 80.
“O Lira era um espaço de experimentação de teatro e música. Cheguei lá a partir de um festival da Vila Madalena, no comecinho de 80. Coloquei Nego Dito no festival”, contou ele em entrevista concedida em 1999 à cantora Zélia Duncan. No texto, Zélia o define como tudo, menos maldito.
Rótulo sob o qual tentaram enquadrá-lo durante tanto tempo. “Forte, engraçado, emotivo, virginiano, pontual, eloquente, desconfiado, autodidata, simples, cinquentão, pai, paulista, carinhoso, amante das plantas, um artista, um Pretobrás, um bendito!”
Recentemente, Paulo Betti o tinha convidado para protagonizar o seu filme Cafundó, o que foi impossível por causa do estado de saúde do
músico. Itamar deixa uma discografia de oito títulos: Pretobrás – Por que eu não Pensei Nisso Antes… (1998)
Ataulfo Alves por Itamar Assumpção – Pra Sempre Agora (1996)
Bicho de 7 Cabeças Vol. Ii – Itamar Assumpção e as Orquídeas do Brasil (1994)
Bicho de 7 Cabeças – Itamar Assumpção e as Orquídeas do Brasil (1993) Intercontinental! Quem Diria! Era Só o que Faltava!!! (1988)
Sampa Midnight – Isso Não Vai Ficar Assim (1986) Às Próprias Custas S.A (1983) Beleléu, Leléu, Eu – Itamar Assumpção e Banda Isca de Polícia (1980). O último disco de Itamar, Pretobrás 2, em parceria com o músico Naná Vasconcelos, não chegou a ser lançado.
Itamar Assumpção morreu em 12 de junho de 2003, em São Paulo, aos 53 anos, vítima de câncer no intestino. Itamar tinha a doença havia cerca de quatro anos e fazia tratamento no Hospital do Câncer.
(Fonte: http://www.estadao.com.br/arquivo/arteelazer/2003 – CADERNO 2 – MÚSICA – 12 de Junho de 2003)
(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura – CULTURA/ Por FABIANO RISTOW – 20/03/14)
(Fonte: https://www.terra.com.br/istoegente/203/aconteceu – Edição 203 – ACONTECEU – TRIBUTO / por Dirceu Alves Jr. – 23/06/2003)