Robert Mapplethorpe (Nova York, 4 de novembro de 1946 – Boston, Massachusetts, 9 de março de 1989), fotógrafo norte-americano que se define por grande rigor em todos os aspectos da sua obra, criativos ou técnicos. Conhecido como o documentarista da cena sadomasoquista gay, Mapplethorpe percorreu um longo caminho entre sua infância no Queens, em Nova York, até o submundo GLS mais radical. Se sua vida teve vários desvios, sua arte teve vários caminhos. Mas foi na fotografia que este homem dúbio e incansável se afirmou. Frequentador de bares leather, era capaz de circular também na alta roda social.
é célebre não apenas por seus icônicos retratos em preto e branco e suas controversas fotografias carregadas de conteúdo homoerótico, mas pela importância de seu nome na cena artística e contra-cultural nova-iorquina dos anos 1970.
Mesmo homossexual, foi casado com a cantora e poeta Patti Smith com quem viveu por anos no tradicional Hotel Chelsea -, responsável pelos retratos de capa de quase todos os seus discos. Ambos eram assíduos frequentadores da Factory, sede dos projetos performáticos e em múltiplas plataformas de Andy Warhol e um dos pontos mais emblemáticos e efervescentes da história de Manhattan.
(Fonte: http://foto.espm.br/index.php/referencias – CENTRO DA FOTOGRAFIA – 19 de setembro de 2012)
A fotografia homoerótica e a estética LGBT
Como os primeiros e inocentes cliques de “amigos próximos” avançaram para a fotografia de sexualidade explícita, criando imagens que se tornaram ícones da cultura gay
Desde a sua invenção, em (1826), a fotografia já conheceu seu viés homoerótico. Como todas as outras formas de representação, a arte imitou a vida.
No início timidamente, com senhores apenas sentados lado a lado, ou um tanto mais ousadas apresentando marinheiros com seus traseiros à mostra, a fotografia homoerótica desde um bom tempo, faria Joseph Nicéphore Niepce, o inventor da dita cuja, corar as faces.
O ícone
Nome do século 20, como o fotógrafo Robert Mapplethorpe (1946-1989), elevou a fotografia homoerótica ao olimpo das artes com exposições em grande museus e galerias respeitadas pelo mundo, resenhas discorrendo sobre suas qualidades poéticas e crescente mercado consumidor. Não sem causar protestos, polêmicas e escândalos por onde foram e são expostas até hoje.
Mapplethorpe iniciou a construção da ponte sem volta entre arte, pornografia e sadomasoquismo ao fazer imagens diretas de pênis, punhos, chicotes e farto uso da estética leather.
Ainda assim, sua grande retrospectiva de 2014, no Grand Palais, no Champs-Elysées, confinou, em sala restrita a maiores de 18 anos, suas fotos mais ousadas e explícitas. Por outro lado sua grande repercussão prova que estas fotos, mesmo na era dos selfies, nudes, da hipersexualização e superexposição nas redes sociais, ainda são suficientemente relevantes para sustentar mostras deste porte mundo afora. Esta também passou pela Tate Modern no mesmo ano.
(Fonte: http://igay.ig.com.br – Home IG – COLUNAS/ Por |
– por Vicente Negrão
Ousadia conservadora, as provocações de Robert Mapplethorpe
(Fonte: Veja, 5 de março de 1997 – ANO 30 – N° 09 – Edição 1485 – FOTOGRAFIA/ Por Angela Pimenta – Pág: 126/127)