Considerado o primeiro espaço oficialmente g0y friendly no Brasil
Rancho no Maranhão é primeiro espaço “g0y friendly” do Brasil
Eles estão dando o que falar! Apesar da curiosidade em torno do movimento g0y, formado por homens que se relacionam entre si, mas não se consideram homossexuais, já há até mesmo um local onde os rapazes podem se encontrar sem receber olhares de reprovação. Considerado o primeiro espaço oficialmente g0y friendly no Brasil, o Rancho Hedônia, em São José de Ribamar, no Maranhão, tem objetivo de ser um paraíso para quem busca o prazer…
Afastado da capital do estado, São Luís do Maranhão, o espaço conta com piscina de água mineral, piscina coberta, muito verde, contato com animais, ar puro e… liberdade! Além dos g0ys, o rancho é voltado para o público nudista e para os hedonistas em geral.
– É uma proposta aberta a outros seguimentos também, o foco é voltado para pessoas liberais. Via isso como uma fatia de mercado a ser explorado, porque não são muitos locais onde elas podem se encontrar. Existem muitas casas de swing no Sudeste, mas são locais fechados. Aqui é um sítio, um rancho, onde as pessoas também aproveitam o espaço – explica Fábio Franco, proprietário do Hedônia.
A procura dos rapazes começou a aumentar após as inúmeras reportagens sobre o tema. No meio g0y, o Hedônia já é conhecido. O local já foi uma pousada, mas desde 2008 funciona como residência de Fábio, que promove encontros entre ex-clientes e pessoas devidamente cadastradas no site do Hedônia.
– Fechamos a pousada e, como algumas pessoas que frequentavam não tinham mais para onde ir, mantivemos alguns eventos. São encontros, não festas, raves, nada disso. Acabou que o pessoal do grupo g0y também se identificou. Não é como uma casa de swing cheia de espelho pra todo lado, fizemos questão de fazer uma decoração rústica para ter a ver com o ambiente. É afastado da capital, é semirural, então é para aproveitar o passeio, não tem um foco especifico nisso ou aquilo.
Os encontros acontecem quatro vezes por semana e os amigos, como Fábio faz questão de frisar, são convidados por email. Cada um contribui com um valor para comprar bebidas e comida, como acontece em qualquer festa caseira, e pode aproveitar os cinco mil metros quadrados da maneira que achar melhor. Para manter o anonimato dos frequentadores, há ainda um esquema de segurança: não é permitido utilizar celulares ou câmeras fotográficas, para manter a privacidade dos convidados. A entrada é exclusiva para os cadastrados e não é permitido entrar na festa sem ter confirmado presença.
– Quando notamos que é um curioso, algo assim, barramos. Explicamos bem direitinho para verem que é sério, informamos que somos liberais. Se as pessoas não tiverem regra, vira uma bandalheira. Os frequentadores são pessoas com família, como todos nós, mas são liberais. Não é que seja um bando de gente louca. Por isso temos esses cuidados para evitar que curiosos causem problema para alguém.
No site do rancho, os clientes podem conferir ainda um código de conduta para quem vai visitar o local. Drogas e consumo excessivo de álcool não são permitidos. O Hedônia repudia ainda qualquer forma de preconceito, como homofobia ou heterofobia. Quem quiser declinar de uma aproximação mais íntima, deve fazê-lo com educação, sem repreender ou constranger outros frequentadores. Para os curiosos, o site sugere ainda que seja feita uma pesquisa sobre o hedonismo, estilo de vida que preza o prazer acima de tudo.
– O rancho é para um público diferenciado. Tem muita gente que vem aqui não com vontade de participar, mas porque se identifica com essa liberdade. Não são nudistas, nem nada, mas são abertas a essa diversidade, que não se restringe a sexo. São hedonistas, que buscam não só o prazer sexual. Há um respeito às diversidades que são inerentes aos seres humanos. A sociedade, a religião, prega preconceitos e barreiras, mas no fundo elas estão aí, como parte integrante de todos nós, um pouco menos ou um pouco mais, mas cada um tem um poco dessa gama – filosofou Fábio.
(Fonte: http://extra.globo.com/noticias/brasil – NOTÍCIAS – BRASIL/ Por Ana Carolina Pinto – 24/04/14)