Christopher Lasch, historiador era crítico convicto do liberalismo econômico, autor de 8 livros, dos quais se destacam, “A Rebelião das Elites” e a “Traição da Democracia”

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Christopher Lasch, historiador norte-americano, crítico convicto do liberalismo econômico.

 

Christopher Lasch: a luta pela sobrevivência destrói a vida - (Foto: Zack Smith/Divulgação)

Christopher Lasch: a luta pela sobrevivência destrói a vida – (Foto: Zack Smith/Divulgação)

 

Christopher Lasch, a direita ao lado do povo contra as elites.

Christopher Lasch (nasceu em Omaha, Nebraska, em 1° de junho de 1932 – faleceu em Nova York, em 14 de fevereiro de 1994), historiador norte-americano, é autor de 8 livros, dos quais se destacam, A Rebelião das Elites” e a Traição da Democracia”.

O historiador norte-americano era considerado, dentro do establishment” intelectual dos EUA, como alguém de difícil classificação. Autor de vários livros sobre a crise da família, a perda da noção do indivíduo nas sociedades contemporâneas, a questão do consumismo e a decadência da ideia de autoridade, Lasch era condenado pelos conservadores pelas suas críticas contra a sociedade de mercado, e pela esquerda tradicional, que o considerava moralista demais.

Lasch, que se tornou uma celebridade em 1979, quando semeou polêmica com seu livro A Cultura do Narcisismo” -, propõe uma classificação radicalmente diferente em O Mínimo Eu” (The Minimal Self – 1984) – mais próxima da psicanálise do que da sociologia política, realiza uma análise brilhante e meticulosa da crise cultural americana. Nele, o autor procura dissipar alguns mal-entendidos provocados por “A Cultura do Narcisismo” – como as críticas aos métodos feministas e pacifistas e o receio do recuo geral que via surgir nas várias frentes alternativas de luta.

Procura também reforçar sua tese de que a cultura americana, como um todo, está montada para semear o conformismo, que transforma o homem em um morto-vivo, um ser passivo, ocupado apenas em sobreviver, ataca o conformismo dos psiquiatras e pacifistas dos Estados Unidos.

 

Lasch, é normalmente considerado nos Estados Unidos um autor difícil de definir ou catalogar, não é um pensador que seja facilmente encaixado em categorias padrão.

Para essa ideia de indefinição ideológica que no mundo anglo-saxônico lhe está associada contribui, com certeza, a sua posição face ao capitalismo. Um homem que esteve ligado a pertinentes análises sociais elaboradas a partir de uma certa visão de direita, foi também um crítico convicto do liberalismo econômico.

Lasch passou sua vida criticando a contracultura norte-americana dos anos 60, os movimentos de liberação feminina, o movimento gay, a liberalidade relacionada ao uso de drogas. Achava que a família tinha uma função social central, que as sociedades de mercado modernas destruíram, criando multidões de consumidores vorazes.

Na sociedade americana, praticamente sem tradição socialista, espera-se geralmente da direita uma posição claramente contrária ao Estado Social, favorecedora do governo minimalista, inequivocamente capitalista, provavelmente herdeira do liberalismo clássico. Sair desta matriz é condição para garantir o rótulo de herético que coube a Lasch.

A tradição europeia é diferente, até tempos recentes o conservadorismo e o liberalismo estavam em polos opostos, foi o erguer do socialismo que fez convergir ambos no mesmo campo, numa aliança frequentemente contra-natura e que acabou na completa destruição dos movimentos realmente conservadores, corroídos, desvirtuados e dominados pela filosofia liberal, como sempre acontece com as ideologias que se associam a essa doutrina.

Lasch seria necessariamente um “desenraizado” na sociedade americana, mas não entre os europeus, cuja memória alcança outras realidades.

Christopher Lasch escreveu 8 livros, dos quais se destacarão The Culture of Narcissism” e Revolt of the Elites: And the Betrayal of Democracy“. Este último, publicado já depois da sua morte, é provavelmente a obra mais abrangente e conseguida do ponto de vista político.

No fim dos anos 70, o então presidente democrata Jimmy Carter convidou-o para ajudá-lo a escrever um discurso a respeito da crise de confiança instalada no país depois da Guerra do Vietnã. Lasch acabara de publicar A Cultura do Narcisismo”, que em sua opinião, foi muito mal lido. Em O Mínimo Eu” ele voltaria a dizer que “perdeu-se a confiança no futuro” e que esta perda de esperança era um dos maiores males na sociedade moderna.

No Brasil, foram publicados três livros seus: A Cultura do Narcisismo, O Mínimo Eu e Refúgio num Mundo sem Coração.

Christopher Lasch faleceu em 14 de fevereiro de 1994, em sua casa, em uma cidade próxima a Nova York. Tinha 61 anos e morreu de câncer.

(Fonte: Veja, 6 de setembro de 1995 – ANO 28 – N° 36 – Edição 1408 – LIVROS/ Por MARIO SABINO – Pág: 115)

(Fonte: Veja, 16 de julho de 1986 – Edição 932 – LIVROS/ Por Mirian Paglia Costa – Pág: 126/127)

(Fonte: http://batalhafinal.blogspot.com.br/2006/04 – RODRIGO N.P. – ABRIL 16, 2006)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/2/17/ilustrada – FOLHA DE S.PAULO – ILUSTRADA/ Por MARCO CHIARETTI – DA REPORTAGEM LOCAL – 17 de fevereiro de 1994)

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