José do Patrocínio (Campos dos Goytacazes, 9 de outubro de 1853 – Rio de Janeiro, 29 de janeiro de 1905), farmacêutico, jornalista e ativista conhecido como o “Tigre da Abolição”, foi um personagem complexo e fascinante até em suas fraquezas, tido como que recebeu dinheiro do governo Campos Sales. Ele não é apenas o líder da campanha abolicionista. É também o filho de padre e escrava de Campos Sales, Estado do Rio de Janeiro, o jovem aprendiz de farmácia do Rio de Janeiro e, finalmente, o visionário cujo sonho de construir um balão dirigível constituía algo mais do que uma anedota. Patrocínio, com sua ideia do “balão e a barca em um corpo único”, antecipava o aparelho do alemão Conde Von Zeppelin.
Em certos momentos o Zé do Pato (assim também se assinava Patrocínio) é descrito como um personagem ao mesmo tempo dramático e lírico, debatendo-se em meio aos fantasmas da sua fantasia. Patrocínio morreria, tuberculoso, em janeiro de 1905. Foi homenageado a uma rua modesta do bairro do Grajaú, enquanto o também jornalista Alcindo Guanabara figura nas placas de uma importante rua da Cinelândia. E Alcindo Guanabara defendia a escravidão.
(Fonte: Veja, 18 de março de 1970 – Edição 80 – LIVROS – Pág: 75)