Foi o primeiro a se dar conta da importância da vitamina C na dieta

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A COLA DAS CÉLULAS
James Lindt, médico inglês que, durante 1739 a 1748, serviu a Marinha Britânica, e foi o primeiro a se dar conta da importância da vitamina C na dieta. Ele observou que o consumo de limões, durante as longas travessias, diminuía a incidência de uma doença muito comum entre os marinheiros – o chamado escorbuto. Depois de certo tempo no mar, as gengivas dos homens a bordo começavam a sangrar e ficavam tão frouxas que os dentes caíam. A hemorragia acabava se espalhando pelos músculos e os ossos se enfraqueciam. O quadro dos pacientes era horrível. No final da viagem, boa parte da população estava morta.
Ninguém deu muita importância quando Lindt teve a idéia de que o suco de limão ajudaria a resolver o problema. Tanto assim que o almirantado britânico levou mais de uma década para se convencer a incluir a limonada nas refeições dos seus subordinados. Mas, quando isso aconteceu, a queda no número de episódios de escorbuto foi surpreendente.
Os cientistas da época queriam respostas para o milagre dos limões. Elas só surgiriam cerca de um século depois, com a descoberta de que não era a fruta em si, mas uma substância contida nela, a responsável pela solução do problema. E essa substância seria capaz de prevenir uma série de doenças, além do escorbuto.
A vitamina C ajuda até na cicatrização das feridas. Isso porque ela participa da fabricação do colágeno, proteína que sustenta os tecidos ligando as suas células. Existe colágeno na pele, nos ossos e nos músculos. E, claro, ele é mais solicitado do que nunca quando o corpo precisa produzir, às pressas, um remendo – a cicatriz. A vitamina C, no caso, entra em ação como um cimento, colando as três moléculas de aminoácidos que formam a proteína. Sem ela, portanto, nada feito.
Todos os sintomas do escorbuto estão ligados ao rompimento do colágeno por falta da vitamina. É como se as células nas paredes dos vasos sangüíneos não ficassem bem coladas. Elas se separam. Os vasos se rompem, o sangue escapa. Sem uma sustentação adequada, as gengivas se retraem. Pelo mesmo motivo, os ossos ficam fracos. E o organismo sofre sem a matéria-prima básica para renovar suas fibras musculares.

(Fonte: Dados revista SAÚDE É VITAL–Julho– 1998 Nº178 – Editora Azul-Pág:24/25)

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