Sir Andrew, o mais notável do clã dos Huxley
Fisiologista e biofísico inglês, ganhador do Nobel em 1963
Thomas Henry Huxley ficou conhecido como “o buldogue de Charles Darwin” por incomodar os bispos ao questionar a verdade literal da Gênese. Seus descendentes incluem Aldous, um famoso romancista autor deAdmirável Mundo Novo; Sir Julian, que seguiu seus passos como biólogo evolucionário; Anthony, um botânico, e Francis, um antropólogo. Nenhum deles, no entanto, foi mais importante que Sir Andrew Huxley, que elucidou um dos mais importantes mistérios biológicos da história – o funcionamento das células nervosas, e consequentemente, do cérebro.
A ligação entre a eletricidade e a vida já era conhecida há mais de um século quando ele desenvolveu seu interesse pelo assunto. Mas seus detalhes não eram claros, e foi isso que atraiu o jovem Andrew para o campo da fisiologia, o estudo do funcionamento dos corpos. Juntamente com Alan Hodgkin, um colega da Trinity College, em Cambridge, Huxley começou analisando os corpos de sapos mortos, mas suas células nervosas eram difíceis de serem manipuladas, e então a dupla partiu para Plymouth, onde analisaram células de lulas na Associação de Biologia Marinha, e conseguiram rastrear sinais nervosos ligando eletrodos por vários pontos dos axônios, as protuberâncias que ligam as células nervosas.
Um Prêmio Nobel, dividido com Hodgkin e com o cientista australiano veio em 1963. Em 1974, Huxley recebeu o título de Cavaleiro da Coroa Britânica. A Ordem do Mérito – o verdadeiro grande prêmio na hierarquia de honrarias do Reino Unido, que é limitada a 24 pessoas vivas e é um presente pessoal da rainha – veio em 1983. Assim como seu avô, Sir Andrew também presidiu a Royal Society, a principal academia científica do país, e o clã dos Huxley é o único a ter dois presidentes da academia em toda a história.
Huxley também foi professor na Trinity, uma universidade que ele jocosamente dizia ter produzido mais ganhadores do Nobel do que toda a França (o que não é exatamente verdade), e não se importava com a atmosfera religiosa da instituição, por não se considerar ateu, mas sim agnóstico (um termo espertamente cunhado por seu avô). Em suas próprias palavras, Sir Andrew Huxley era “muito consciente de que não havia explicação científica para a consciência humana”.
Sir Andrew Huxley morreu no dia 30 de maio, aos 94 anos, em sua casa, em Grantchester, Cambridgeshire, na Inglaterra, e foi enterrado no campus da Trinty College.