Lucie Aubrac, um dos símbolos da resistência aos nazistas na França durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)

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Lucie Aubrac, símbolo da resistência aos nazistas na França, figura heróica da Resistência francesa

 

Lucie Aubrac (Borgonha, 29 de junho de 1912 – Issy-les-Moulineaux, 14 de março de 2007), ativista e um dos símbolos da resistência aos nazistas na França durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), foi uma das últimas grandes e emblemáticas figuras da Resistência francesa.

Na França ocupada durante a Segunda Guerra Mundial, Lucie Bertrand, cujo nome de guerra veio do marido Raymond Aubrac, resgatou seu companheiro de forma espetacular de uma prisão nazista em Lyon (centro-leste), quatro meses após a detenção de Raymond em Caluire, em companhia de Jean Moulin, chefe do Conselho Nacional da Resistência (CNR), em 21 de junho de 1943.

Nascida em 29 de junho de 1912 em uma família de viticultores de Borgonha, Lucie Aubrac, professora de Geografia e História, participou da criação de uma das primeiras redes de resistência Libertação sul, quando a França estava ocupada pelos alemães.

Grande oficial da Legião de Honra, Lucie Aubrac escreveu inúmeros livros, entre eles, “Diário da resistência” (1984) e “Cette exigeante liberté” (1997), além de inspirar vários filmes.

Jean-Pierre Melville dirigiu em 1969 “O exército das sombras”, no qual faz referência às suas próprias lembranças de resistente e à ação de Lucie Aubrac. Uma obra-prima polêmica, marcada pelas atuações de Lino Ventura, Simone Signoret e Paul Meurisse.

Cerca de 30 anos depois, em 1997, Claude Berri dirigiu “Lucie Aubrac – um amor em tempo de guerra”, centrado em sua figura extraordinária e seus atos armados com o marido. O filme, uma adaptação do livro “Diário da resistência” e que contou com a ajuda da autora no roteiro, foi protagonizado por Carole Bouquet e Daniel Auteuil. 

Aubrac era o sobrenome de guerra de seu marido, Raymond Samuel, com o qual participou na clandestinidade de diversas operações de resistência e sabotagem durante o conflito. Seu nome de solteira era Lucie Bernard.

Nascida em junho de 1912, em uma família de cultivadores de uva para a produção de vinhos da região da Borgonha, desde jovem, militou na Juventude Comunista. Ela se formou como professora de História, exercendo a profissão em Estrasburgo, onde conheceu o marido, no final da década de 30, o que marcaria seu envolvimento na guerra.

Em agosto de 1940, organizou a primeira fuga de Samuel da prisão de Sarrebourg, no leste da França. No mesmo ano, organizou com o jornalista Emmanuel d’Astier um pequeno grupo clandestino, chamado A Última Coluna, e criou um jornal intitulado “Libération”, que também circulava na clandestinidade.

A partir de novembro de 1942, dirigiu um comando que organizava fugas de detentos ligados à resistência e, em maio de 1943, conseguiu libertar seu marido, detido dois meses antes.

Em junho de 1943, Samuel voltou a ser detido com Jean Moulin –um dos líderes da resistência aos nazistas na França– e outros dez ativistas perto de Lyon.

Aubrac conseguiu libertar novamente seu marido e outros 13 membros da resistência durante uma transferência de presos quatro meses mais tarde.

Fuga

Em fevereiro de 1944, sabendo que era procurada intensamente pela polícia nazista, a Gestapo, fugiu para Londres com um filho pequeno, e grávida de sua filha.

Ao final da guerra na França, voltou ao país com seu marido, que, primeiro foi nomeado comissário da República [delegado do governo]em Marselha, e depois teve outros cargos políticos em Paris.

Aubrac continuou sua ação militante na Anistia Internacional (AI) e numa organização de mulheres pela igualdade, que entre outras ações se destacou recentemente devido à atuação em prol dos imigrantes ilegais.

Lucie Aubrac morreu em 14 de março de 2007, aos 94 anos, no Hospital Suíço de Paris, em Issy-les-Moulineaux, na periferia da capital.

O presidente francês, Jacques Chirac, considerou “uma grande perda para a França” a morte desta “figura emblemática da participação das mulheres na Resistência” e cuja “audácia e coragem”, além do compromisso com “todas as grandes lutas modernas da República”, ficarão na lembrança de seus compatriotas.

Aubrac, cuja coragem e tenacidade contribuíram para “lavar a honra perdida da França”, ficará “para sempre em nossa memória e na de nossos filhos como um símbolo de honra e um ideal para todos os franceses”, afirmou o primeiro-ministro Dominique de Villepin. 

 

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u105487 – da Efe, em Paris – 15/03/2007)

(Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2007/03/14/ult34u176496- Internacional – PARIS, 14 mar (AFP) – 14/03/2007)

 

 

 

 

 

 

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