Poeta italiano revigorou estética com neovanguardista Grupo 63.
Professor universitário e um dos mais influentes críticos do país
Edoardo Sanguineti (Gênova, 9 de dezembro de 1930 – Gênova, 18 de maio de 2010), escritor e poeta italiano. Foi um dos principais nomes da vanguarda italiana dos anos 1960.
Poeta vanguardista, dramaturgo, professor universitário, crítico, ensaísta e ativista político. Sanguineti integrou nos anos 1960, com Angelo Guglielmi e Umberto Eco, o Grupo 63.
O intelectual, crítico e ensaísta foi um dos teóricos mais importantes do “Gruppo 63”, movimento que combateu o hermetismo cultural, resquício do pós-guerra, e valorizou uma linguagem poética de resistência.
Integravam esse movimento cultural que revolucionou nos anos 60 o cenário literário italiano Umberto Eco, Alfredo Giuliani (1924-2007), Elio Pagliarani (1927-2012) e Nanni Balestrini.
O movimento neovanguardista foi, na definição de Eco, “uma espécie de reunião da jovem geração contra o idealismo de orientação alemã em estética”, e inspirou gerações futuras a subverter os padrões artísticos vigentes -mais tarde seria criado o Grupo 93.
Sanguineti afirmava que a sua poesia buscava a “dissolução da linguagem cotidiana”. Publicou dezenas de livros, especialmente de poesia (sendo “Laborintus”, de 1956, o mais famoso), mas também romances, peças de teatro, ensaios e tradução. Não há nenhuma obra sua publicada no Brasil.
Sanguineti organizou as principais antologias de poesia contemporânea da Itália e era tido como um dos principais críticos daquele país.
Esquerdista por toda a vida, Sanguineti foi deputado pelo Partido Comunista Italiano.
Embora há alguns anos sem escrever novos livros, o intelectual se mantinha ativo. Ontem, publicou no jornal “Corriere della Sera” o artigo “Homo Ridens”, no qual analisa o riso como uma arma de poder.
Rua Augusta
Sanguineti esteve no Brasil em 1996, a convite do Instituto Italiano di Cultura, quando participou de debate na Folha.
Em entrevista ao jornal, comentou o que representava ser de vanguarda nos anos 50 e 60:
“Significava (…) refutar uma tradição “novecentesca” cristalizada sobretudo depois do fenômeno daquela restauração que se deu em grande parte nos anos 30 sob a forma de um certo neoclassicismo”.
“Por outro lado, havia a necessidade de retomar a vertente crítica, eu diria anárquica, da grande tradição do moderno, ou seja, tudo o que veio do expressionismo, do dadaísmo, do surrealismo. Havia, pelo menos para mim, uma exigência de realismo, ou seja, de achar modos de expressão adequados ao que era o mundo depois das transformações ocorridas com a Segunda Guerra.”
No debate, ele abordou o “paradoxo das vanguardas”, que acabaram incorporadas às forças de mercado.
O italiano escreveu, na passagem por São Paulo, um poema inspirado na rua Augusta.
Edoardo Sanguineti morreu em 18 de maio de 2010, no hospital Villa Scassi, em Gênova, sua cidade natal, aos 79 anos, após passar por cirurgia de urgência devido a um aneurisma abdominal.
(Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/geral- 553700 – GERAL – O ESTADO DE S.PAULO – 19 de maio de 2010)
(Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/05 – Pop & Arte – Da EFE – 18/05/2010)
(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1905201023 – FOLHA DE S.PAULO – ILUSTRADA – DA REPORTAGEM LOCAL – 19 de maio de 2010) Com agências internacionais