O primeiro uso do estímulo elétrico, na era moderna

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PRIMEIRO USO DO ESTÍMULO ELÉTRICO NA ERA MODERNA

O primeiro uso do estímulo elétrico, na era moderna, data de meados do século 18: em 1753, um jovem hemiplégico recuperou os movimentos de seu braço graças à aplicação de choques elétricos. Mas foi só em 1910 que o dogma de que paralisias provocadas por lesões na medula são irreversíveis foi contestado.
Quem o fez foi o neurofisiologista Charles Sherington, da Universidade de Oxford, Inglaterra. Ele provou que gatos haviam recuperado os movimentos das patas traseiras, depois de terem a medula lesada. Mas seus relatos foram ridicularizados durante as décadas seguintes.
Em 1967, neurofisiologistas da Universidade de Göteborg, na Suécia, decidiram investir também contra esse princípio. Baseados nos mesmos relatos de Sherington, eles retomaram experiências com gatos.
Em uma de suas experiências, seccionaram a medula do animal e injetaram nos músculos dos membros posteriores uma substância chamada L-Dona, precursora da noradrenalina, um potente neurotransmissor. Descobriram assim que os músculos não se movimentavam desordenadamente, sob o efeito da droga, mas repetiam um ritmo de estímulos igual ao dos gatos sadios. Três anos depois na mesma universidade, a equipe do neurofisiologista Peter Zanigger reafirmava os resultados de seu colega. Surgia com ele o esboço de uma primeira teoria: o sistema nervoso e a medula, abaixo da parte lesada, mantêm a capacidade de discernimento de diferentes movimentos, desde que estimulados quimicamente.
Em 1997, os neurobiologistas Keir Pearson, Patrick Whelan e Gordon Hiebert, da Universidade de Alberta, no Canadá anunciaram que os nervos e a medula não só têm capacidade de estimular funções musculares, mas também são capazes de remodelar suas funções, desde que estimulados corretamente.
Os nervos sensoriais, por exemplo, podem assumir as funções de nervos aferentes, ou seja, aqueles que estimulam os músculos para executar um movimento. Pearson, porém reconhece que ainda é difícil de precisar como isso ocorre.

(Fonte: Revista Galileu – Junho de 1999 – SAÚDE/NEUROLOGIA – Por Paulo San Martin – Pág; 56 à 60)

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