Conquista da Antártica: uma história de glórias e tragédias. Se há uma data para ser comemorada como o descobrimento da Antártica, é o dia 7 de fevereiro de 1821. Foi quando John Davis, um caçador de focas americano, tornou-se o primeiro homem a desembarcar no continente gelado. Foi em uma praia da Baía Hughes, na Península Antártica. Aqueles territórios, porém, freqüentavam a imaginação humana desde a Grécia Antiga.
No século 4 antes de Cristo, o filósofo Aristóteles, ao defender que a Terra era uma esfera, já imaginava que deveria haver também uma massa de terra ao sul, a fim de contrabalançar os territórios já conhecidos ao norte. Como as terras do norte eram associadas à Constelação da Ursa Arctos, em grego -, a esses domínios imaginários no pólo oposto deu-se o nome de Anti-Arctos, que seria a origem do nome Antártica. A partir do século 15, muitos navegantes andaram à procura do novo continente, representado em mapas como a Terra Australis Incógnita ou Terra Austral Desconhecida.
O português Fernão de Magalhães, ao circunavegar a Terra em 1519, passando pela América meridional, comprovou que, se existisse algum território ao sul, ele era uma massa independente. Em 1577, o inglês Francis Drake chegou mais perto e acabou dando nome ao estreito que separa Antártica da América do Sul. Pouco depois, em 1773, outro inglês, James Cook, cruzou o Círculo Polar Antártico. E em 1820, o russo Thaddeus Bellingshausen avistou a terra na Península Antártica feito repetido pelo caçador de focas americano Nathaniel Palmer no ano seguinte. Uma vez descoberto o continente, não demorou para que a Antártica começasse a receber expedições.
O novo alvo virou o Pólo Sul. Esse ponto geográfico ensejou uma corrida épica entre cientistas e aventureiros que culminou em dezembro de 1911, com a vitória do norueguês Roald Amundsen e a morte do inglês Robert Falcon Scott.
(Fonte: Revista Terra Ano 13 N° 158 Junho de 2005 Por/Luiz Henrique Fruet – Editora Peixes Pág; 24/39)