Powered by Rock ConvertA primeira tentativa brasileira para atingir o cume do Himalaia
Em setembro de 1991, comandado pelo montanhista e fotógrafo paulista Thomaz Alberto Brandolin, o Brasil fez a primeira tentativa brasileira para atingir o cume do Himalaia. Eram sete alpinistas, um médico, quatro sherpas (carregadores tibetanos) e dois cozinheiros, também tibetanos. Viajando velozmente em caminhões (seis penosas horas para vencer 90 quilômetros), chegaram ao campo base, a 5 200 metros de altitude. Ali permaneceram nove dias, para se adaptar à altitude e ao ar rarefeito. Os dias eram ensolarados, as noites repletas de estrelas, o frio tolerável. Mas havia um mau presságio: as freqüentes rajadas de vento. O Everest parecia um vulcão, pois saía do pico uma enorme nuvem de neve e fumaça provocada pelos ventos.
Em outubro, o grupo chegou ao campo base avançado, já a 6 500 metros de altura, onde foram selecionados os quatro em melhores condições que tentariam a escalada até o local do ponto estratégico de abastecimento, a 7 050 metros.
Brandolin, saiu com o sherpa Ang Rita para tentar atingir o próximo acampamento, a 7 500 metros. Foi impossível ir além de 7 100, por causa do vento e do frio (10 graus negativos durante o dia, dentro das barracas). A expedição retornou ao campo base, onde descansou uma semana inteira, à espera de oportunidade para uma nova tentativa. Ficávamos 23 horas dentro da barraca, só saíamos para almoçar, às 10 horas da manhã, e jantar, às 3 da tarde, conta Brandolin.
Em 16 de novembro, depois de cinco dias de ventos especialmente fortes, o grupo começou a descer os equipamentos, desistindo de vez da empreitada. De volta a Kathmandu, a equipe soube que aquela havia sido uma das piores temporadas de que se tinha lembrança. Das treze expedições que tentaram subir, pelos dois lados da montanha, apenas duas chegaram ao ponto mais alto. Ao todo, 172 alpinistas começaram a subida; só oito chagaram ao fim.
(Fonte: Super Interessante Agosto de 93 N° 8 Ano 7)
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