Ex-diretor de arte da TV Globo fez aberturas de diversas novelas.
Cyro del Nero (São Paulo, Brás, 28 de dezembro de 1931 – São Paulo, 30 de julho de 2010), cenógrafo brasileiro é considerado um dos pioneiros na produção de videoclipes no Brasil.
Paulistano do bairro do Brás, ele criou cenas para diversas peças de teatro e óperas, além de ter um importante papel na TV brasileira.
Del Nero foi considerado o melhor cenógrafo nacional da 5ª Bienal de Artes Plásticas de São Paulo e também era professor titular da Universidade de São Paulo dos cursos de cenografia e indumentária teatral na USP.
Além de passar pela TV Record, Tupi e Excelsior, ele foi diretor de arte da TV Globo e responsável por diversas aberturas de novelas, além de criar as aberturas, vinhetas e o cenário dos números musicais do “Fantástico” na década de 1970. Eles são considerados os primeiros videoclipes musicais produzidos no país.
Também fez os logotipos do primeiro “Roberto Carlos Especial”, de 1974, do folhetim “O espantalho” (exibido na Record, em 1977) e da TV Bandeirantes. O desenho atual é uma variação do modelo criado por ele no começo dos anos 1980.
Dentre os números musicais que produziu, “Gita”, de Raul Seixas, é marcante. Criado em 1974, ele serviu de modelo para todos os outros feitos pelo “Fantástico”. Pela inovação de “Gita”, o cenógrafo disputa com Nilton Travesso o título de “primeiro videoclipe brasileiro”.
Em 1975, Travesso dirigiu para o programa dominical o clipe de “América do Sul”, de Ney Matogrosso. Ele defende que esse foi o primeiro videoclipe nacional por não ter sido realizado em estúdio e por utilizar o recurso da dublagem.
Em 2009, del Nero lançou o livro “Máquina para os deuses: anotações de um cenógrafo e o discurso da cenografia”, em que analisava as origens e a evolução da arte cenográfica. Durante o lançamento, ele foi entrevistado no “Programa do Jô”.
Cyro del Nero faleceu em 30 de julho de 2010, aos 78 anos, em São Paulo.
(Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/07 – Pop & Arte – Do G1, em São Paulo – 31/07/2010)
(Fonte: Veja, 24 de setembro de 1997 – ANO 30 – Nº 38 – ARTE/ Por Angela Pimenta – Pág: 136/137)