Stephan Heym, escritor, político e sobretudo, combatente
Stefan Heym (Chemnitz, 10 de abril de 1913 – Israel, 16 de dezembro de 2001), escritor e político alemão, um dos mais conhecidos escritores alemães
Autor de O Relatório sobre o Rei Davi. Em plena Guerra Fria, sua obra vencia a Cortina de Ferro e era reproduzida dos dois lados do Muro de Berlim. Apontado como um “socialista crítico”, Heym foi capaz tanto de criticar o regime da antiga República Democrática Alemã como de se posicionar contrário à reunificação de 1990.
Nascido em 1913 em Chemnitz (leste da Alemanha), Stefan Heym, filho de um comerciante judeu, se exilou voluntariamente desde que os nazistas chegaram ao poder em 1933. Viveu na República Checa e nos Estados Unidos, onde trabalhou como jornalista e escreveu uma tese de doutorando sobre o poeta alemão Heinrich Heine (1797-1856).
Stephan Heym foi uma das personalidades mais polêmicas da vida intelectual alemã na segunda metade do século XX. Embora comunista convicto, era persona non grata na RDA, a extinta Alemanha Oriental, pelas suas críticas e advertências morais aos donos do poder. Após a reunificação da Alemanha, ele se elegeu deputado sem ligação partidária com o apoio do PDS (Partido do Socialismo Democrático), sucessor do SED, o partido único da RDA. No Parlamento Federal alemão, o escritor Stephan Heym manteve as suas posições críticas e incômodas, fazendo furor como deputado.
Heym, cujo nome real era Helmut Flieg, nasceu em Chemnitz no dia 10 de abril de 1913, como filho de um negociante judeu. Em 1932, ele iniciou os estudos de filosofia, literatura alemã e jornalismo em Berlim, mas teve de fugir dos nazistas já um ano depois. Encontrou o seu primeiro refúgio em Praga, onde adotou o pseudônimo de Stephan Heym, para proteger a sua família de represálias nazistas. Em 1935, emigrou para os Estados Unidos, onde tornou-se redator-chefe de um semanário antifascista em Nova York.
O herói de guerra devolveu as condecorações
Seu primeiro romance Hostages foi publicado nos Estados Unidos, nesta época. Em 1944, ele participou da invasão da Normandia, como sargento do exército americano. Mas, logo após o final da guerra, foi transferido de volta para os Estados Unidos, em virtude das divergências políticas com seus superiores. Seu romance The Crusaders, publicado em 1948, tornou-se um bestseller mundial. As posições políticas de Stephan Heym lhe trouxeram profunda inimizade dos círculos anticomunistas norte-americanos. No início da década de 50, ele devolveu todas as condecorações militares ao governo americano e deixou os Estados Unidos, como protesto contra a guerra da Coreia.
Em 1952, ele estabeleceu residência em Berlim Oriental, onde passou a trabalhar como escritor e ensaísta. Suas posições incômodas geraram a crescente animosidade dos funcionários do SED, culminando com um processo e a proibição de publicar novas obras na Alemanha Oriental. Mesmo depois da reunificação alemã e da derrocada do bloco comunista no Leste europeu, Stephan Heym não perdeu as esperanças de que se pudesse construir “um socialismo melhor”, caminho que sempre defendeu para a Alemanha.
Stefan Heym faleceu em 16 de dezembro de 2001, em Israel, onde participava de um congresso sobre a obra de Heinrich Heine. O intelectual alemão de 88 anos de idade foi vitimado por um enfarte cardíaco.
(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u19855 – ILUSTRADA – Da France Presse – 16/12/2001)
(Fonte: http://www.dw.de/morreu-stephan-heym-escritor-pol%C3%ADtico-e-sobretudo-combatente/a-356805 – NOTÍCIAS / CULTURA E ESTILO – 16.12.2001)
(Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,morre-aos-88-anos-o-escritor-alemao-stefan-heym,20011217p3896 – CULTURA – AGÊNCIA ESTADO – 17 dezembro 2001)