Oscar Freire de Carvalho (1883-1923), médico baiano. O legista Oscar Freire foi um dos fundadores do Instituto Médico Legal de São Paulo e da Bahia e o primeiro professor da especialidade na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Em 1914, o governo do Estado de São Paulo convidou o legista Oscar Freire para ir a São Paulo fundar a cadeira de Medicina Legal da Universidade de São Paulo. A indicação de Freire tem duas versões: a primeira contam que ele foi recomendado por médicos franceses, mas alguns registros históricos afirmam que ele veio a convite do também médico Arnaldo Vieira de Carvalho.
Assim que chegou em São Paulo com a família, o médico morou em diversas pensões no bairro de Higienópolis, até se instalar numa casa na rua Martinico Prado, que foi freqüentada por intelectuais, como o médico Osvaldo Portugal e o jornalista Julio Mesquita. Viveu apenas nove anos em São Paulo. Freire foi personagem ilustre da cena acadêmica paulistana, mas morreu precocemente e sem dinheiro.
Ao morrer, aos 40 anos, “Ele pegou uma pneumonia e não resistiu”, deixou a mulher, Marieta, e dois filhos ainda jovens: Estélio e Zeneida. Marieta voltou para Salvador e lá ficou até o final da vida com os filhos. O governo de São Paulo contratou um navio para levar o corpo a Salvador. Mas morreu tão pobre que o governo ficou com os livros dele e deu o dinheiro para a viúva e os filhos poderem voltar para a Bahia e sobreviver. Em sua homenagem batizaram no elegante bairro dos Jardins, em São Paulo, reduto das vitrines mais caras do Brasil, a badaladíssima rua Oscar Freire. É um dos poucos lugares ao ar livre que ainda resistem às dezenas de shoppings centers que se instalaram na cidade, nos últimos dez anos.
(Fonte: ISTOÈ/ PERSONAGENS / COMPORTAMENTO – Edição 1775 – Por Juliana Vilas – Salvador – 8/10/2003 – Pág. 62/63/64)