Foi um pioneiro no campo da astronomia por infravermelho
Charles H. Townes, um dos pais do raio laser e prêmio Nobel de Física
Charles Townes (nasceu em Greenville, Carolina do Sul, em 28 de julho de 1915 – faleceu em Califórnia, em 27 de janeiro de 2015), físico e cientista americano cujo trabalho ajudou a estabelecer as bases para o desenvolvimento do laser, um dos vencedores do prêmio Nobel de Física de 1964 pela invenção do laser.
Sua carreira se expandiu para muito além de um interesse em lasers, chegando à astronomia e até a um fascínio pela espiritualidade.
O prêmio Nobel de Física Charles H. Townes dedicou uma vida à pesquisa que o levou a inventar o raio laser e o posterior uso desta tecnologia para o estudo do universo.
Townes começou a trabalhar em 1967 na Universidade de Berkeley, na Califórnia. Em 1954, criou junto com seus alunos na Universidade de Colúmbia o primeiro maser, um dispositivo para amplificar uma radiação no campo das micro-ondas, um aparelho que foi crucial para a criação do laser.
Em 1958, concebeu, com seu cunhado Arthur Schawlow (1921 – 1999), a ideia de aplicar o mesmo sistema à luz óptica, ao invés das micro-ondas.
Os laboratórios Bell, para quem trabalhava, patentearam o laser.
Paralelamente, os russos Aleksandr M. Prokhorov e Nicolai G. Basov também chegaram a uma solução para criar um maser e, em 1964, o trabalho de Townes, Prokhorov e Basov foi reconhecido com o Prêmio Nobel de Física.
O Dr. Townes teve uma carreira incrível como cientista, ganhando o Prêmio Nobel de Física em 1964. Mas ele é talvez mais conhecido como o inventor do laser. Townes também foi um pioneiro no campo da astronomia por infravermelho, e foi o primeiro a descobrir água no espaço, próxima ao centro da Via Láctea.
Townes, nascido em 1915 em Greenvill, na Carolina do Sul, continuou sua carreira, focado na astronomia, e encontrou, com a utilização do laser, as primeiras evidências da existência de um buraco negro no centro de nossa galáxia.
A invenção do laser é um conceito realmente confuso. Nos anos 1950, Townes criou um maser, dispositivo que produz ondas eletromagnéticas usando a amplificação de micro-ondas. Alguns anos depois, ele concebeu a ideia de fazer um “maser óptico”, baseado na amplificação da luz, cujos detalhes foram patenteados.
Gordon Gould (1920-2005), da ARPA (hoje DARPA), e Ted Harold Maiman (1927 – 2007), do Hughes Labs, estavam trabalhando em uma pesquisa semelhante no final dos anos 50. Maiman foi na verdade a primeira pessoa a construir um laser prático em 1960, trabalhando parcialmente com base na pesquisa publicada por Townes.
Por sua contribuição para a criação do maser e laser, o Dr. Townes ganhou o Prêmio Nobel de 1964, compartilhando-o com os cientistas russos Aleksandr M. Prokhorov e Nicolai G. Basov, que também estavam trabalhando de forma simultânea e independente, na União Soviética, para criar o laser.
E como explica a Universidade da Califórnia em Berkeley, onde Townes era professor emérito, seu trabalho foi primordial para muitos avanços na ciência e tecnologia:
Até hoje, mais de uma dúzia de prêmios Nobel foram concedidos para trabalhos envolvendo lasers. Os lasers são incorporados em produtos eletrônicos de consumo e fibras ópticas, equipamentos de topografia e impressoras, espetáculos de luz e laser pointers. Lasers são usados para cortar metal, para cortar tecidos durante uma cirurgia, para aprisionar átomos, e até mesmo para iniciar uma fusão nuclear.
Townes passou a usar masers na radioastronomia e lasers na astronomia e interferometria por infravermelho, e promoveu a sua utilização em áreas tão diversas como a precisão de cronometragem – o relógio atômico – e a comunicação extraterrestre. Com a ajuda de lasers, ele e seus colegas detectaram as primeiras moléculas complexas no espaço interestelar e mediram a massa do buraco negro no centro da nossa galáxia.
Townes seria mais conhecido mais tarde em sua vida por defender a ideia de que ciência e religião iriam se fundir no futuro, revelando os segredos da criação.
“Eu olho para a ciência e a religião como bastante paralelas, muito mais semelhantes do que a maioria das pessoas pensa e, a longo prazo, elas devem convergir”, Townes diria a uma multidão de Harvard, em 2005. “O universo é fantasticamente especializado, mas como é que ele aconteceu?” [UC Berkeley]
Schawlow obteve o Nobel de Física em 1981 por seus avanços no uso do laser.
Até o momento, mais de uma dúzia de pesquisadores receberam o Nobel por seus trabalhos com o raio laser, uma tecnologia que atualmente é utilizada por dispositivos comuns, como impressoras e marcadores de luz e suas aplicações são utilizadas em vários campos, como a indústria e a medicina.
Charles Townes faleceu em 27 de janeiro de 2015, na Califórnia, nos Estados Unidos. Ele tinha 99 anos.
(Fonte: http://gizmodo.uol.com.br – Por: Matt Novak – 28 de janeiro de 2015)
(Fonte: http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/ciencia/2015/01/29 – CIÊNCIA – EFE – 29/01/2015)