OS JUDEUS FORAM OS PRIMEIROS A PRATICAR A CESARIANA EM MULHERES VIVAS
A cesariana é uma das operações mais antigas de que se tem notícia. Suas origens remontam à mitologia grega: uma lenda relata que Apolo abriu o ventre de Corone para extrair Esculápio, o deus da medicina. Era praticada entre os egípcios, encontrada no folclore das tribos européias.
O termo cesariana provavelmente deriva de uma lei de Numa Pompílio, imperador romano, chamado de César, como outros, por ocupar o posto que pertenceu ao grande Júlio César, herói da guerra da Gália. Por uma lex Regis, Numa Pompílio determinara que fosse aberto o ventre das mulheres que morriam no final da gravidez, para se tentar extrair o feto vivo.
Foram os judeus os primeiros a praticar a cesariana em mulheres vivas, em torno do século XI. Geralmente a mulher não resistia à operação, porque nada se sabia de infecção e se conhecia muito pouco de anatomia. Só em 1500 tornou-se conhecido o primeiro caso de sobrevida a uma operação dessas, praticada por Jacques Nuffer, um suíço. Castrador de porcos, Nuffer pediu licença ao juiz da aldeia e praticou a cesariana com seus instrumentos habituais de trabalho, como último recurso para salvar a mulher e o filho. Obteve sucesso, e depois disso sua mulher teve mais seis partos normais.
Regularmente, a operação cesariana só começou a ser praticada depois que estavam bastante avançados os estudos sobre anatomia, assepsia e anestesia: a partir daí, ela oferecia segurança. Na cesariana clássica, praticada no século passado, o corte era longitudinal e na região alta do ventre. Atualmente, o corte é transversal, com cerca de 10 centímetros, e feito na parte inferior do útero. É menos visível e mais estético.
(Fonte: Pais & Filhos Ano 3 – Nº 12 – Agosto de 1971 – Pág; 52, 53 e 54)