Luciano Pavarotti (Modena, Itália, 12 de outubro de 1935 – Modena, Itália, 6 de setembro de 2007), o tenor italiano foi a personificação da ópera no fim do século XX. Ele não tinha a extensão vocal de um Enrico Caruso (1873-1921), primeira estrela do ramo, nem a erudição do espanhol Plácido Domingo, seu maior rival. Ainda assim, Pavarotti deu à ópera uma visibilidade sem precedentes.
O tenor das multidões. Com sua voz possante e seu jeito bonachão, Luciano Pavarotti foi um popstar da ópera. Para além de sue timbre possante, isso se deveu a uma estratégia comercial bem sucedida. Pavarotti gravou versões celebradas de óperas famosas. Mas fez sucesso sobretudo com discos em que investia somente em áreas conhecidas. Com esse enfoque pop, atingiu ouvintes numa escala nunca vista. Os Três Tenores, projeto que dividiu com Domingo e Jose Carreras em 1990, resultou num dos álbuns mais vendidos da música clássica.
Pavarotti esteve ainda à frente de concertos filantrópicos ao lado de roqueiros como Elton John, Sting e Bono Vox todos também transformados em CDs de sucesso. Entre seu projeto-solo e tais parcerias, vendeu 70 milhões de discos. Com seu corpanzil e seu estilo bon vivant, Pavarotti foi uma figura exuberante. Era especialista em cancelar récitas em cima da hora e certa vez foi vaiado impiedosamente pelos italianos por desafinar no palco. Noutra ocasião, fez uso de playback num recital em Nova York. Filho de um padeiro que foi tenor diletante e da funcionária de uma fábrica de cigarros, atingiu o estrelato em 1963, ao interpretar Rodolfo numa montagem de La Bohème no Covent Garden londrino.
Nos últimos anos, os problemas de saúde forçaram-no a deixar os palcos. Ao adoecer de câncer, em 2006, passou por uma cirurgia e várias internações. Pavarotti morreu no dia 7 de setembro de 2007, de câncer no pâncreas em sua casa, na cidade italiana de Modena, aos 71 anos.
(Fonte: Veja, 12 de setembro, 2007 Memória Ano 40 Nº 36 Edição 2025 Editora Abril Pág; 84)