Delia Derbyshire (Coventry, 5 de maio de 1937 – 3 de julho de 2001), compositora, arranjadora e pioneira de áudio que ajudou a criar o tema de abertura original de Doctor Who
Delia Derbyshire nasceu no dia 5 de maio de 1937 em Coventry, e continua a ser reconhecida por seu papel na criação do tema de abertura original de Doctor Who. A lenda conta que Ron Grainer, compositor do tema, ouviu Delia tocando seu tema, e mal podia acreditar o quão bom soava. ‘Será que eu realmente escrevi isso? ” , perguntou ele. ‘A maior parte’ , respondeu Delia.
Foi uma compositora de música eletrônica e música concreta, e também pioneira no uso de sintetizadores para a composição musical. Após estudar matemática e música em Cambridge, Derbyshire passou a trabalhar na Oficina Radiofônica da BBC (BBC Radiophonic Workshop), compondo para a rádio da emissora.
Em 1968, une-se ao colega inglês Brian Hodgson e ao americano David Vorhaus, formando o grupo White Noise, que em 1969 lançaria o álbum lendário An Electric Storm, praticando métodos de composição musical que somente nos anos 90 se tornariam comuns, com bandas como Portishead, Massive Attack, Stereolab e Broadcast. O álbum tem algumas das canções/poemas sonoros mais bonitos e também alguns dos mais perturbadores da década de 60. O grupo se separaria logo depois do lançamento do álbum, e Delia Derbyshire passaria o resto da vida trabalhando em colaborações com outros compositores. A compositora genial, que marcou com décadas de antecedência como a música soaria no século XXI
Ela se juntou à BBC em 1960, como gerente, mas logo foi transferida para a Radiophonic Workshop, um estúdio para criar novas músicas e efeitos sonoros para o rádio e televisão. O som original da desmaterialização da Tardis, por exemplo, foi criado pela Radiophonic no início de 1960, com as chaves de um percursionista.
Em um mundo sem eletrônicos ou gravadores, a Radiophonic teve que criar a maioria dos sons a partir do zero, usando fontes “concretas” que vão desde osciladores, á batedeiras de ovos. Delia ajudou a inaugurar uma era, que ficou conhecida como a Idade de Ouro da Radiophonic Workshop, produzindo músicas e efeitos sonoros que ressoam até hoje.
Delia Derbyshire não desenvolveu com frequência um trabalho vocotextual que fizesse dela um nome conhecido na pesquisa da poesia oral ou vocal. Mas várias de suas composições transitam entre a pesquisa sonora e a composição mais tradicionalmente aceita como “musical”, e algumas de suas colaborações nos renderam belíssimas peças, que seriam muito frutíferas para a pesquisa de uma poesia sonora contemporânea.
A peça que mostramos na abertura desta postagem vem de seu álbum The Dreams (1964), feito em colaboração com Barry Bermange, que gravou as narrações dos sonhos de várias pessoas, mais tarde editadas e usadas em colagem para criar 5 perturbadores poemas sonoros, baseados em tipos recorrentes de sonhos, com os títulos “Running away”, “Falling”, “Landscape”, “Underwater”, e “Colour”.
Na peça “Falling”, uma peça visual do americano David Wojnarowicz (1954 – 1992). Encerramos a postagem com as belas canções “Your Hidden Dreams” e “My Game of Loving”, do lendário e estupendo An Electric Storm (1969), do grupo de Delia Derbyshire, White Noise.
Depois de mais de uma década na BBC, ela saiu em 1973, e acabou experimentando várias carreiras diferentes. Em seus últimos anos, ela renovou seu interesse pela música eletrônica, incentivado a próxima geração.
Delia Ann Derbyshire morreu em 3 de julho de 2001, em decorrência de um câncer, enquanto se recuperava de um câncer de mama, morreu aos 64 aos de insuficiência renal.
(Fonte: http://doctorwhonotices.weebly.com/home/relembrando-de-delia-derbyshire – POR PIETRO ROCK – 5/5/2014)
(Fonte: http://revistamododeusar.blogspot.com.br/2010/09/delia-derbyshire-1937-2001 – 28 DE SETEMBRO DE 2010)