Mike Gray, roteirista de “A Síndrome da China” (China Syndrome, 1979)

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Mike Gray (1935 – 2013)

Mike Gray (1935 – 2013)

 

 

Harold Michael “Mike” Gray (Racine, Wisconsin, 26 de outubro de 1935 – Los Angeles, Califórnia, 30 de abril de 2013), roteirista de “A Síndrome da China” (China Syndrome, 1979).

Mike Gray era ativista e escritor, mas é mais conhecido por sua estreia como roteirista em “A Síndrome da China”, que co-escreveu com T.S. Cook e o diretor James Bridges. O trio foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original, ao apresentar a possibilidade plausível de uma usina nuclear causar um grande desastre ambiental.

American Revolution II

American Revolution II

Harold Michael Gray nasceu em Racine, estado americano de Wisconsin, no dia 26 de outubro de 1935. Seu pai era um vendedor ambulante, e ele e sua família logo se mudaram para Darlington, Indiana, onde Mike cresceu.

Ele se formou em engenharia aeronáutica, mas na década de 1960 se viu trabalhando numa produtora de comerciais de Chicago para marcas conhecidas, como Kentucky Fried Chicken. Sua carreira sofreu uma grande mudança, quando, em 1968, ele participou da equipe responsável pelas filmagens da Convenção Nacional Democrata na cidade e captou os policiais espancando brutalmente os estudantes que protestavam contra a Guerra do Vietnam.

O evento foi um marco em sua vida, estabelecendo um viés político que seria visto em seus trabalhos posteriores. Segundo ele, “Quando voltamos para o nosso estúdio, às 3 horas da manhã, éramos pessoas diferentes. Fomos mudados, transformados”.

Gray desistiu dos comerciais e começou a se dedicar a projetos de temáticas políticas. Ele co-dirigiu o documentário “American Revolution II” (1969), ao lado de Howard Alk, que debatia o tumulto social e político da década de 1960. Gray também produziu o documentário “The Murder of Fred Hampton” (1971), sobre o assassinato do líder dos Panteras Negras enquanto dormia, por forças da polícia e do FBI.

Síndrome da China, com Jack Lemmon e Jane Fonda

Síndrome da China, com Jack Lemmon e Jane Fonda

Em 1973, ele se mudou para Los Angeles, e lá iniciou sua carreira de roteirista e escritor. A ideia para “A Síndrome da China” surgiu depois que ele entrevistou cientistas e leu diversos livros sobre os perigos da energia nuclear. Como não tinha experiência como roteirista, antes de começar a escrever, copiou todo o roteiro de “Uma Aventura na África” (The African Queen, 1951), longa dirigido por John Huston, para conhecer melhor a linguagem cinematográfica. E, segundo sua esposa, ele escreveu o tempo todo de pé, porque descobriu que era assim que o lendário escritor Ernest Hemingway escrevia.

Na época de seu lançamento, o filme estrelado por Jane Fonda, Jack Lemmon e Michael Douglas foi considerado alarmista, esquerdista e muito criticado por defensores da chamada “energia limpa”.

Síndrome da China, com Jack Lemmon e Jane Fonda

Síndrome da China, com Jack Lemmon e Jane Fonda

Mas apenas três semanas após sua estreia, a usina nuclear Three Mile Island, na Pennsylvania, sofreu um colapso parcial, permitindo que uma pequena quantidade de radioatividade fosse liberada. O acidente colocou o filme nos noticiários e o transformou numa espécie de alerta para esse tipo de evento, tornando-o um dos filmes mais comentados dos anos 1970.

Em entrevista ao jornal Chicago Tribune, em 1998, Gray disse que seu objetivo com “A Síndrome da China” tinha sido educar as pessoas, pois, segundo ele, “nossa forte dependência das usinas nucleares não tinha sido pensada claramente”. Para aprofundar o assunto, também escreveu o livro “The Warning”, em 1982, voltando-se aos fotos que envolveram o acidente na usina Three Mile Island.

No cinema, porém, após o impacto de “A Síndrome da China”, Gray passou a escrever ficção científica, como o longa “Wavelength” (1983), sua estreia como diretor de ficção, estrelada por Cherie Curry, da banda The Runaways. Ele também ajudou a desenvolver a série de TV baseada no filme “Starman – O Home das Estrelas” (1984), de John Carpenter, para a qual escreveu e dirigiu episódios durante sua única temporada de 1986, além de ter assinado um episódio de “Jornada nas Estrelas: A Nova Geração”, em 1989.

No momento da sua morte, ele estava revisitando seus primeiros temas, ao trabalhar num documentário sobre o ex-Pantera Negra Robert E. Lee III.

 

Mike Gray faleceu no dia 30 de abril de 2013, em sua casa em Hollywood, de ataque cardíaco aos 77 anos de idade.

 

 

(Fonte: http://www.oguiadacidade.com.br/portal/resultado.php?busca=411922 – CINEMA – 4 de maio de 2013)

 

 

 

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