Ayres: surrealista
Lula Cardoso Ayres (Rio Formoso, 26 de setembro de 1910 – Recife, 29 de junho de 1987), pintor, desenhista, cenógrafo e usineiro de açucar em Pernambuco, onde nasceu em 26 de setembro de 1910. Seu pai era usineiro e foi um dos donos da usina Cucaú, em Pernambuco.
Começou a pintar aos 11 anos e aos 15 estava em Paris, onde tomou contato coma a arte moderna. Ex-companheiro de estúdio de Cândido Portinari, no Rio de Janeiro, passou longe das preocupações sociais do amigo.
Começou a estudar desenho e pintura ainda muito jovem, aos doze anos, com o arquiteto, escultor, decorador, pintor e vitralista alemão Heinrich Moser (1886-1947), membro da Academia de Belas Artes de Munique, na Baviera, que morava no Recife.
Seu interesse por tipos populares, manifestações folclóricas como o bumba-meu-boi e cenas do Nordeste era recriado em climas surrealistas de cores fortes. Pintou, usando os mesmos temas, unidos a objetos do cotidiano, como gradis e cadeiras de balanço, grandes painéis decorativos.
Sua primeira exposição foi realizada na década de 1940, iniciando-se no Recife e indo depois para São Paulo, Rio de Janeiro e outras cidades do país. Participou de várias outras exposições individuais no Brasil e no exterior, inclusive, das três primeiras Bienais de São Paulo.
Executou cerca de cem painéis e murais em diversas cidades brasileiras, entre as quais Recife, Salvador, Santos, São Paulo e Natal.
Seus quadros fazem parte do acervo de alguns museus brasileiros e de coleções particulares da Europa, América do Norte e América do Sul.
Lula Cardoso Ayres morreu no Recife, no dia 29 de junho de 1987, de ataque cardíaco, aos 76 anos.
(Fonte: Veja, 8 de junho de 1987 – Edição 983 – DATAS – Pág: 81)