Primeiras tentativas de diminuir a mortalidade infantil no Brasil
Meninos do Brasil Até o final do século 19, o Brasil era uma grande fazenda, com pequenas concentrações urbanas. Esse isolamento retardou a consolidação do conceito de infância no país.
A mortalidade infantil era altíssima, e as famílias consolavam-se com a idéia de que os filhos se tornariam anjinhos. Não havia apego a criança, já que a expectativa era de que ela logo partisse.
Com a chegada da família real, em 1808, e a criação da Faculdade de Medicina da Bahia, surgiram as primeiras tentativas de diminuir a mortalidade infantil. Entre as práticas condenadas estava o costume de vestir os bebês a moda européia, com roupas quentes e sem contato com o ar livre. A alimentação era outro alvo. Os médicos da época criticavam o aleitamento mercenário, no qual as mães alugavam escravas para amas-de-leite.
Argumentavam que, pelo leite, as crianças podiam adquirir características como a indolência, então atribuídas aos negros. O novo modelo europeu de família só começou a se disseminar por aqui no início do século 20 e nas classes abastadas.
A criação de escolas e creches recebeu maior impulso nos anos 1920 e 1930 por pressão dos anarquistas espanhóis e italianos, que traziam dos seus países de origem a preocupação com a educação. Também a diminuição no número de filhos foi tardia, coincidindo com a difusão da pílula anticoncepcional nos anos 1960.
(Fonte: Claudia Nº 6 Ano 47 Junho 2008 Crianças sem rumo/ Por Suzana Lakatos Pág; 222 a 225)