Primeira refinaria de petróleo no Brasil
Arqueologia do petróleo no Brasil Existe alguma controvérsia a respeito dos pioneiros na pesquisa da substância que, até a segunda metade do século XIX, era conhecida por betume e tinha aplicações medicinais e na confecção de lamparinas domésticas.
Pesquisa séria, de fato, só aconteceria com o advento da República, com uma perfuração, em 1892, no interior de São Paulo, precisamente em Bofete, na Serra de Botucatu, que desceu até os 448,5 metros e só produziu água sulfurosa. O primeiro automóvel circulou por aqui já no ano seguinte. Com o motor a combustão e, depois, com o uso do querosene de iluminação, o País começou a importar combustíveis.
Foram 110 anos ininterruptos em que as contas externas do petróleo ficaram deficitárias, até que se registrasse um superávit no segundo trimestre de 2003. No correr da primeira metade do século XX houve programas sistemáticos de sondagem, patrocinados por geólogos a serviço do governo federal e de alguns estados, como Paraná, Bahia e São Paulo. Estrangeiros se associaram a essas campanhas a partir da década de 20, quando as pesquisas se ampliaram para Alagoas, Sergipe e Amazonas.
Resultados mais palpáveis só surgiram quando a chama nacionalista já incendiava o País. O foco de interesse era o Recôncavo Baiano. Ali, o entusiasmo do pioneiro Oscar Cordeiro, apoiado no trabalho profissional de geólogos contratados por patrocinadores privados, culminou com o sucesso no poço 163 da área de Lobato (BA), que produziu em 22 de janeiro de 1939. Nos anos subseqüentes, campos comerciais foram identificados em Candeias (1941) e, logo, em Aratu, Itaparica e Dom João, todos na Bahia. Em 1947, esses campos tinham capacidade para produzir 2.500 barris diários, o que levou o Conselho Nacional do Petróleo a ordenar estudos para a construção de uma refinaria nas proximidades, dando a partida ao projeto que se concretizou em Mataripe. Foi nesse passo metódico que o CNP organizou e implantou a primeira refinaria, em Mataripe (BA), inaugurada em 1950, com capacidade para processar 10 mil barris diários.
(Fonte: Petrobras 50 anos Suplemento publicitário da revista Veja Ano 36 Edição 1827 2003 – Pág; 29)