Rosinha de Valença, sofisticada violonista e compositora sensível, foi co-inventora do violão bossa nova de Baden Powell

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A artista fluminense Rosinha de Valença, foi co-inventora do violão bossa nova de Baden Powell

 

Rosinha de Valença (Valença, Portugal, 30 de julho de 1941 – Valença, 10 de junho de 2004), sofisticada violonista e compositora sensível. Em Cheiro de Mato (1976) alternou com maestria temas instrumentais e canções delicadas e autorais. Gravou também temas alheios, e não menos belos, de Waldir Azevedo e Sueli Costa, entre outros.

Uma das mais destacadas instrumentistas da Bossa Nova, Maria Rosa Canellas, a Rosinha de Valença,  foi uma das grandes virtuoses da MPB. Foi uma das histórias mais perturbadoras da música brasileira moderna, atravessou intensa história musical, iniciada no calor da bossa nova e consolidada na invenção ao violão em companhia de Baden Powell, fluminense interiorano como ela.

Estreando em disco em 63, pelo mítico selo Elenco, de Aloysio de Oliveira (1914-1995), seguiu a rota internacionalista da bossa nova e fez turnês norte-americanas com Sergio Mendes, já em 64 -mesmo ano em que participou do histórico show de TV “O Fino da Bossa”, liderado por Elis Regina.

Precoce, a violonista já tocava em rádios e em bailes de Valença aos 12 anos. Deixou os estudos para dedicar-se inteiramente à carreira e, em 1963, mudou-se para o Rio. Descoberta pelo jornalista Sergio Porto, o Stanislaw Ponte Preta ganhou o nome artístico de Rosinha de Valença. Na descrição entusiasmada de Porto, a violonista tocava por uma cidade inteira.

Ela gravou o primeiro disco naquele ano e passou a trabalhar com Baden Powell. Três anos depois, viajava pelos Estados Unidos com o grupo de Sérgio Mendes, Brasil 65, junto com Chico Batera, Jorge Ben, Wanda Sá e Tião Neto. Depois, apresentou a música brasileira excursionando pela Europa. Tocou e produziu discos de Martinho da Vila, Nara Leão, Maria Bethânia e Miúcha, entre outros, e trabalhou com grandes nomes da música internacional, como o saxofonista Stan Getz e a cantora de jazz americana Sarah Vaughan.

A violonista Maria Rosa Canelas, conhecida como Rosinha de Valença, ficou conhecida internacionalmente por compor e tocar com músicos consagrados da música popular brasileira, como Maria Betânia, Baden Powell, Miúcha, João Donato. Rosinha viajou o mundo nas décadas de sessenta e setenta. Levou o som de sua bossa para Europa, África e Estados Unidos.

Rosinha de Valença, foi uma das maiores instrumentistas e referência desde a Bossa Nova, começou a estudar violão na adolescência e, em 1963, gravou o primeiro disco, passando a trabalhar com Baden Powell, Sérgio Mendes, Jorge Ben e Nara Leão.

Foi parceira de Maria Bethânia em um dos instantes fundadores da carreira da cantora baiana (o show “Comigo me Desavim”, de 67, em que era a violonista). Na década de 70, depois de passar uma temporada em Paris, produziu e arranjou discos de Maria Bethânia. Quando sofreu a parada cardíaca que a deixou em estado vegetativo, Rosinha acumulava 20 discos gravados e um currículo que incluía trabalhos com Stan Getz e Sarah Vaughn.

Nômade-exilada na virada dos anos 60 para os 70, lidou com música em países como União Soviética, Israel, Itália, Suíça e África do Sul. Neste último, formou o grupo Ipanema Beat, que, com o inglês Duncan Mackay no órgão, produziu exótica fusão de jazz, samba e pop, registrada em 70 no álbum “Rosinha de Valença Apresenta Ipanema Beat”.

De volta ao Brasil, atuou como produtora, diretora musical e/ou compositora para artistas como Marília Medalha (“Caminhada”, 73), Wanderléa (“Feito Gente”, 75, e “Vamos que Eu Já Vou”, 77), Ney Matogrosso (“Bandido”, 76), Maria Bethânia (“Pássaro da Manhã”, 77, e “Álibi”, 78) e Leci Brandão (“Essa Tal Criatura”, 80).

Trabalhou com músicos como João Donato, Sivuca, Copinha, dona Ivone Lara, Martinho da Vila e Miúcha, mas passou a se afastar do meio musical já a partir da década de 80.

Em 2001, os músicos Paulo César Feital e Jorge Simas compuseram e gravaram a “Valsa para Rosinha”, pedindo que ela acordasse. Rosinha não acordou. Dormiu para sempre em 11 de fevereiro, sem dar explicações, ainda brigada consigo e com seu Brasil.

Rosinha de Valença faleceu em 11 de fevereiro 2009, 62, vítima de insuficiência respiratória, em sua cidade natal, Valença (RJ). Em coma há 12 anos, desde que uma parada cardíaca provocou uma lesão cerebral, que a deixou em estado vegetativo.

(Fonte: Zero Hora – Ano 45 – Nº 15.875 – Segundo Caderno – Discos Raros – Gabriel Brust – 17 de fevereiro 2009 – Pág; 4/5)

(Fonte: http://g1.globo.com/jornalhoje – JORNAL HOJE – edição do dia 10/06/2004)

(Fonte: https://www.terra.com.br/istoegente/254/aconteceu – ACONTECEU – TRIBUTO / Por por Dirceu Alves Jr. – 21/06/2004)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada – FOLHA DE S. PAULO – ILUSTRADA / MÚSICA Por (PEDRO ALEXANDRE SANCHES) – DA REPORTAGEM LOCAL – São Paulo, 11 de junho de 2004)

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