Renoir, o artista que não tinha vergonha de celebrar a beleza
Foi um dos maiores nomes da pintura impressionista no século 19
Pierre-Auguste Renoir (Limoges, 25 de fevereiro de 1841 — Cagnes-sur-Mer, 3 de dezembro de 1919), pintor francês, foi um dos fundadores do impressionismo, o movimento que sacudiu a arte no fim do século XIX com sua explosão de cores e pinceladas livres, tornou-se um campeão de popularidade.
Renoir é apontado como um dos principais expoentes do impressionismo, ao lado de artistas como Monet e Degas. Foi um estilo em que a luz e o movimento eram elementos importantes, em detrimento da reprodução fiel das paisagens ou dos objetos.
Nascido no interior da França, em fevereiro de 1841, Renoir começou pintando flores e buquês em artigos de porcelana. Mudou-se para Paris aos 21 anos para estudar arte e fez amizade com artistas como Monet, Sisley e Bazille.
Entre 1870 e 1883, teve sua fase mais voltada ao impressionismo, período em que pintou uma de suas obras mais famosas, Bal du Moulin de la Galette (1876).
O artista achava que a pintura existia, antes de tudo, para maravilhar as pessoas. Criou obras famosas a partir de flagrantes da vida em Paris, como a cena de rua estampada no quadro Le Moulin de la Galette. Exímio retratista, fez desse ofício o perfeito cruzamento entre a representação naturalista e a arte em seu lirismo mais elevado.
Renoir sofreu alguma influência da fotografia – então uma atividade nascente – na composição de seus retratos. Mas ele alcança um efeito que esse meio dificilmente atinge: suas telas parecem ter alma.
Filho de um alfaiate, Renoir teve infância humilde. Já aos 13 anos pintava porcelana num ateliê. Tempos depois, conseguiu ingressar na Academia de Belas-Artes de Paris. A influência de sua passagem pela escola é nítida na obra mais antiga, o Retrato de Marie-Zélie Laporte, de 1864.
Renoir só se libertaria dos tons escuros e daria vazão ao seu estilo luminoso ao inventar, com o amigo Claude Monet, aquilo que viria a ser o impressionismo. Passou, então, a pintar ao ar livre, registrando cenas da vida comum.
Desse período vêm alguns dos melhores trabalhos como Os Remadores em Chatou (1879), da National Gallery de Washington, que mostra uma paisagem bucólica às margens do Rio Sena, onde Renoir e Monet frequentemente pintavam juntos.
Há ainda outras telas importantes, como Na Campina (1890), do acervo do Metropolitan, e A Dança em Bougival (1883), que integra uma série que ele fez sobre o tema. Uma das principais fontes de renda de Renoir era criar retratos, esses quadros eram feitos sob encomenda para famílias abastadas. Fez centenas deles, mas também, retratou seus filhos, amigos e amantes, como a bela Lisi Tréhot (1848-1922), que aparece em Mulher Seminua Deitada (1872).
Também retratou Rosa e Azul (1881), em que duas irmãs aparecem de mãos dadas – um trabalho cuja demorada confecção deixou o pintor entediadíssimo. Embora o advento do impressionismo tenha causado uma onda de choque, Renoir muito cedo caiu nas graças dos mecenas. Isso se explica por um fato simples: mais do que qualquer outro representante do gênero, ele soube equilibrar o moderno e a tradição.
Em sua assumida estratégia de agradar às plateias, ele não raro fazia concessões ao gosto da época – o que levou alguns críticos a torcer o nariz para sua obra. Na velhice, quando estava preso a uma cadeira de rodas e criava suas telas com um pincel amarrado à mão por causa da artrite.
Renoir chegou a assinar quadros que não eram seus para satisfazer os clientes. Graças a esse modo pragmático de encarar a profissão, ele teve uma existência confortável e tornou-se mundialmente famoso em vida.
Nada disso reduz sua grandeza. Renoir foi um pintor de temas aparentemente fáceis: belas paisagens, crianças de faces rosadas e mulheres em flor. Mas envolveu tudo isso numa atmosférica única, capaz de nos transportar para um mundo de sonhos. Renoir contribuiu, acima de tudo, para fazer uma ponte entre a técnica dos grandes pintores do passado e as inovações impressionistas.
Foi altamente influenciado por mestres como Rafael, cuja obra conheceu em viagem à Itália. Isso se atesta nos nus “Não dou um nu por terminado até que tenha a sensação de que possa beliscá-lo”, costumava brincar o artista, que morreu em dezembro de 1919, aos 78 anos.
“Por que a pintura não pode ser bela? O mundo já tem coisas desagradáveis demais.” A frase do pintor francês Renoir resume bem o espírito de sua obra. Enquanto o compatriota Édouard Manet (1832-1883) cultivava fama de rebelde e o holandês Van Gogh expiava seus fantasmas em telas atormentadas, o artista tinha uma visão mais amena: achava que a pintura existia, antes de tudo, para maravilhar as pessoas. Isso, ele soube fazer como poucos.
No dia 25 de fevereiro de 1841 – Nasce o pintor francês Auguste Renoir.
Morreu debilitado pela artrite, mas pintou até seus últimos dias.
(Fonte: Correio do Povo – Ano 114 – Nº 148 – Geral – Cronologia/ RENATO BOHUSCH – 25 de fevereiro de 2009 – Pág; 16)
(Fonte: Veja, 24 de abril de 2002 – ANO 35 – Nº 16 – Edição 1748 – Arte/ Por Marcelo Marthe – Pág: 114/115)
(Fonte: Zero Hora – ANO 45 – N° 15.664 – 19 DE JULHO DE 2008 – SEGUNDO CADERNO / EDITORA ÂNGELA RAVAZZOLO / ARTES / COLEÇÃO GÊNIOS DA ARTE – Pág: 6)