Primeira brasileira a comprovar os efeitos de obstrução de trompas que substitui a laqueadura
O procedimento é bem rápido, demora no máximo dez minutos e pode ser feito numa consulta de rotina, no ambulatório mesmo, o que acabaria com as filas de espera.
O Hospital das Clínicas, em São Paulo, testou um método que pode substituir a laqueadura e evitar uma gravidez pra sempre, sem cirurgia.
Aos 39 anos, a funcionária pública Neusa Aparecida de Brito nunca sentiu vergonha de dizer a idade, mas ainda fica sem jeito toda vez que alguém pergunta quantos filhos ela tem. Três casais, para não assustar as pessoas.
Há nove meses, ela está segura de que parou mesmo no sexto filho. Neusa é primeira brasileira a comprovar os efeitos de um método bem mais simples de obstrução de trompas, que substitui a laqueadura. Fiquei com medo como todas de uma nova experiência se ia funcionar mesmo. Deu certo o procedimento e eu creio que eu estou tranqüila, resguardada, não vou engravidar mais.
A nova técnica, já usada em larga escala na Europa e nos Estados Unidos, é mais eficaz que a pílula, o DIU e a laqueadura tradicional. Com ajuda de um aplicador e uma microcâmera, o médico implanta duas molas de titânio, uma em cada trompa da paciente. O dispositivo provoca uma reação no tecido, que bloqueia completamente as trompas.
Nós orientamos a paciente que nos primeiros três meses ela use outro método contraceptivo porque esse é o período para que haja a obstrução, o fechamento da trompa, disse Edmundo Baracat, diretor de ginecologia do HC-SP.
O procedimento é bem rápido. Demora no máximo dez minutos e pode ser feito numa consulta de rotina, no ambulatório mesmo, porque a paciente não sofre nenhum corte, nem precisa de anestesia.
Com a adoção do novo método nos hospitais públicos, as salas de cirurgia ficariam livres para operações mais complicadas, e no maior ambulatório de ginecologia da América Latina, seria a saída para acabar com uma espera que pode chegar a um ano e meio.
O método já foi regulamentado pela Anvisa. O Hospital das Clínicas de São Paulo pediu ao Ministério da Saúde a inclusão da técnica nos procedimentos do SUS em toda a rede pública.
(Fonte: Jornal Nacional – Edição do dia 09/03/2009)