Kurt Schumacher, primeiro presidente do Partido Social Democrata da Alemanha (SPD) depois da Segunda Guerra Mundial

0
Powered by Rock Convert

Kurt Schumacher, primeiro presidente do Partido Social Democrata da Alemanha (SPD) depois da Segunda Guerra Mundial


Schumacher (centro), num comício em Frankfurt em 1949

“O Partido Social Democrata encara a república federal alemã como base para a unidade alemã. A tentativa de transformar as tendências nacional-comunistas comandadas pela Rússia soviética em portadoras do movimento pela unificação da Alemanha desembocaria numa unidade ao estilo de uma província russa, mas não na unificação alemã. A unidade alemã somente somente é possível sobre a base democrática da liberdade e da igualdade individuais e cidadãs e da similaridade das formas de governo nas quatro zonas de ocupação. Para transformar a república federal alemã-ocidental em ponto de partida dessa política, ela precisa ter liberdade interna e externa e se tornar um Estado politicamente justo. Somente assim ela poderá se tornar irresistivelmente atraente para os alemães orientais.”

Palavras do primeiro presidente do Partido Social Democrata (SPD) do pós-Guerra, Kurt Schumacher, às vésperas das primeiras eleições para o Bundestag, em 13 de agosto de 1949.

Nascido em 1895, filho de comerciantes da Prússia Ocidental, próximo à fronteira da Polônia, Schumacher cresceu num meio pequeno-burguês e virou socialista convicto em consequência das experiências vividas na Primeira Guerra Mundial. Depois de estudar Direito e Ciências Políticas, escreveu uma tese de doutorado sobre “A história do movimento operário alemão”, o que acabou determinando sua carreira política.

Em 1924, aos 29 anos, elegeu-se deputado estadual pelo SPD em Württemberg e, em 1930, para o último Reichtstag (Parlamento Imperial) escolhido por voto livre.

Os nazistas, que subiram ao poder em 1933, não o perdoaram por haver rebatido um discurso de Goebbels no Reichstag, um ano antes, dizendo que o “partido nazista vive apenas do patife interno do ser humano”. Igualmente não esqueceram que ele ajudara a elaborar o último discurso histórico proferido pelo então presidente do SPD, Otto Wels, no debate sobre a “lei de plenos poderes” (Ermächtigungsgesetz). Por isso, Schumacher foi castigado.

Com duas pequenas interrupções por motivos de saúde, esteve preso de 1933 a 1945 em diferentes campos de concentração. Em maio de 1946, foi eleito presidente do Partido Social Democrata, cargo em que logo se transformou na “consciência social da Alemanha ressuscitada” e no mais eminente político do país. Tanto maior deve ter sido sua decepção ao perder a primeira eleição à chancelaria federal para Konrad Adenauer, da CDU – uma derrota que amargou até sua morte, em 20 de agosto de 1952.

Schumacher opôs-se energicamente às forças retrógradas do pós-Guerra. Por sua aparência, que revelava marcas do sofrimento e das privações que lhe foram impostas pelo nazistas, era uma espécie de retrato simbólico da Alemanha derrotada e padecente. Apesar disso, era um orador afiado, cuja retórica era temida pelos adversários políticos. Extremamente disciplinado e consciente de seus deveres, incorporava ao mesmo tempo o ideal socialista e o legendário estilo de vida prussiano.

Segundo sua companheira Annemarie Renger, que presidiu o Bundestag (Câmara Baixa do parlamento Alemão) de 1972 bis 1976, “a personalidade moral e política de Kurt Schumacher teve um efeito positivo para todo o país. Ele estabeleceu as bases para que o povo alemão se reencontrasse, no que ninguém mais acreditava – muito menos ele”.

Segundo Renger, “depois de ter sido um dos poucos alemães a sofrer mais de dez anos por sua convicção política, Schumacher após 1945 não tinha ódio ou inimizade por esse povo que, na maioria, havia eleito os nazistas e depois defendeu o hitlerismo”.

Pelo contrário, ele o via como um povo desviado, que precisava ser reintegrado à comunidade das nações. “Se essa terrível guerra teve algum sentido – o de varrer o nazismo do mapa da história –, então esse povo não deveria apenas enfrentar os sofrimentos, mas também ser conduzido a um caminho que o leve a ser encarado novamente com um povo com igualdade de direitos neste mundo.”

1895: Nasce o líder social-democrata alemão Kurt Schumacher

O cientista político Kurt Schumacher nasceu em 13 de outubro de 1895, na atual Polônia. Detido em campos de concentração durante o nazimo, ele reorganizou o Partido Social Democrata da Alemanha (SPD) no pós-Guerra.

Embora não tenha ocupado um cargo de chefia de Estado ou de governo, o político social-democrata Kurt Schumacher foi uma figura importante na história da democracia da Alemanha. Nasceu na Prússia Ocidental, na cidade de Culm, a atual cidade polonesa de Chelmno. Socialista convicto, alistou-se voluntariamente na Primeira Guerra Mundial.

No dia 2 de dezembro de 1914, perdeu o braço direito em combate. Em 1930, ocupou um mandato no Reichstag, o Parlamento alemão da época, onde combateu com veemência os comunistas e nazistas. Com a ascensão de Hitler ao poder, em 1933, iniciaram-se dez anos especialmente brutais para o político social-democrata.

Perseguido pelos nazistas

Confinado em campos de concentração, Schumacher enfrentou o terror e as torturas nazistas e foi libertado em 1944 com uma grave doença gástrica e diabetes, depois de 28 dias de greve de fome. Sua extrema motivação intelectual, entretanto, ajudou-o a reconstruir o Partido Social Democrata da Alemanha (SPD) depois da Segunda Guerra Mundial. Seu escritório em Hannover tornou-se a sede inoficial do partido na Alemanha Ocidental.

Sua nova bandeira era a unificação da Alemanha, que estava dividida pelas tropas de ocupação dos aliados. Um de seus pronunciamentos mais famosos foi o de 8 de novembro de 1950, no Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão, em que indiretamente exigiu a equiparação dos direitos da Alemanha. Kurt Schumacher não vivenciou mais os frutos de seu trabalho. Ele morreu em 1952, de problemas circulatórios.

 

1952: Morre líder social-democrata alemão Kurt Schumacher

No dia 20 de agosto de 1952 faleceu Kurt Schumacher

(Fonte: http://www.dw.com/pt/1952-a-320161 – NOTÍCIAS – CALENDÁRIO HISTÓRICO – Ewald Rose)

 Autoria Wolfgang Werner / Daniela Ziemann 

Powered by Rock Convert
Share.