Os ensinamentos de Howard Schultz, o CEO zen do Starbucks
Ex-funcionário comprou Starbucks e fez dela império global
É possível ficar rico cobrando altos valores por um produto que o mundo inteiro conhece há séculos e pelo qual está acostumado a pagar barato? Howard Shultz prova que sim. Funcionário da Starbucks na época em que a empresa vendia apenas grãos de café, ele tentou convencer seus chefes a também vender a bebida pronta, fazendo das lojas um espaço de convivência social. Decepcionado com a recusa dos proprietários, ele criou sua própria cafeteria, ficou rico, comprou a Starbucks e exportou seu modelo por todo o mundo.
Howard Schultz, executivo que inovou no mercado norte-americano ao criar uma rede que oferecia o aconchego e o charme das cafeterias italianas, fez da empresa uma das marcas mais valiosas do mundo
Quando ingressou no Starbucks em 1984, Howard Schultz passou a integrar o time de marketing de uma empresa com apenas quatro lojas. No meio do caminho, terminou comprando o controle da empresa. Hoje, está à frente da uma rede com mais de 17.000 unidades, em 61 países do mundo.
Howard nasceu em uma família judia no bairro do Brooklin, em Nova York. De origem humilde, seu pai era motorista de caminhão e a família vivia em um conjunto habitacional para pessoas de baixa renda. Sua grande paixão na infância eram os esportes, especialmente baseball, basquete e futebol americano. Graças a este último, o jovem ganhou uma bolsa na Northern Michigan University, tornando-se o primeiro membro da família a chegar à faculdade.
Após se formar em Comunicação, em 1975, ele começou a trabalhar como vendedor da Xerox. Quatro anos depois, tornou-se responsável para operação nos Estados Unidos de uma fabricante sueca de máquinas de café. Em 1981, ele ficou curioso com o rápido crescimento das encomendas de filtros de plástico de uma empresa chamada Starbucks, e resolveu ir até Seattle conhecê-la pessoalmente.
Ao chegar no local, ele ficou impressionado com o conhecimento que a empresa tinha de café e com a qualidade do produto que comercializava, e mostrou interesse em trabalhar no local. O sonho se tornou realidade no ano seguinte, quando foi contratado como gerente de marketing. Nesta época, a empresa vendia apenas grãos de café, e não a bebida pronta.
Porém, em uma de suas viagens de negócios, ele visitou Milão, na Itália, e observou a forte cultura em torno do café existente na cidade. Em cada rua existia uma loja especializada no produto. E além de elas servirem café de boa qualidade, seu espaço também servia como um ponto de encontro para a população.
De volta aos Estados Unidos, Howard tentou convencer seus chefes a adotar um modelo semelhante. Para sua decepção, eles não se mostraram muito receptivos, mas concordarem em realizar esta experiência em uma das unidades. A loja foi um sucesso instantâneo, porém os executivos se recusaram a ampliar o modelo para toda a rede, alegando que não desejavam entrar para o ramo de restaurantes.
Faça você mesmo
A negativa levou Howard a deixar a Starbucks em 1985. Mas ele não desistiu de seu sonho, e passou a correr atrás de investidores dispostos a ceder o capital para que ele abrisse sua própria cafeteria. No ano seguinte, já havia levantado os US$ 400 mil necessários para inaugurar o Il Giornale. Dois anos depois, os donos da Starbucks decidiram se desfazer da rede, e a venderam para Howard por US$ 3,8 milhões.
Na sequência, Schultz mudou o nome de suas unidades do Il Giornale para Starbucks, e passou a expandir a rede por todo os Estados Unidos. Ao longo dos anos, Schultz conseguiu a façanha de convencer os norte-americanos a pagar caro por uma bebida pela qual eles estavam acostumados a pagar centavos, graças à qualidade do produto oferecido e ao ambiente acolhedor que conseguiu criar em suas cafeterias.
Atualmente, a Starbucks é a 52ª marca mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 70,9 bilhões pela revista Forbes, e conta com mais de 21 mil unidades espalhadas por 65 países ao redor do mundo.
Em palestra gravada para a HSM Expomanagemente e apresentada em São Paulo, em 6 de novembro de 2012, o executivo explicou por que a preocupação com as pessoas e os funcionários é a prioridade número 1 da companhia. Explorando conceitos como o amor e a importância das relações pessoais.
(Fonte: http://economia.terra.com.br/vida-de-empresario/historias-inspiradoras – d8871eac437b97724fc1513a413ca1eb0kk3RCRD – Empreendedorismo – Histórias Inspiradoras – 17 AGO 2015)
(Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/noticias – NEGÓCIOS/ Por Marcela Ayres, de EXAME.com – São Paulo – 06/11/2012)