Ferreira Gullar se destacou por suas obras políticas e sociais.
‘Poema sujo’ é uma das principais criações do poeta e teatrólogo.
Ferreira Gullar, escritor e teatrólogo brasileiro nascido em São Luís, Maranhão, tornou-se um dos mais importantes poetas brasileiros surgidos após o movimento modernista (1922). A sua obra ficou marcada principalmente pelas questões políticas e sociais.
O posicionamento político, inclusive, fez com que Gullar fosse exilado durante o regime militar brasileiro. Antes disso, revolucionou a poesia com o neoconcretismo, teve a ajuda de Hélio Oiticica e Lígia Clark para isso. Um dos escritos mais importantes do autor, “Poema sujo” foi criado durante o exílio na Argentina.
Conheça um pouco mais sobre a obra de um dos poetas mais relevantes da literatura brasileira, o mais novo imortal maranhense da Academia Brasileira de Letras.
Biografia
Ferreira Gullar, um dos mais aclamados autores brasileiros vivos, é o pseudônimo José Ribamar Ferreira. Ele nasceu em São Luís, no Maranhão, em 10 de setembro de 1930. Publicou seu primeiro livro, “Um pouco acima do chão”, aos 19 anos de idade. Dentre suas principais obras, estão “A luta corporal” (1954), “Dentro da noite veloz” (1975), “Poema sujo” (1976) e “Na vertigem do dia” (1980).
Seu mais recente é “Em alguma parte alguma”, que ganhou o prêmio Jabuti de livro do ano em 2011. Ao subir no palco para agradecer pelo reconhecimento, afirmou: “Eu só vou dizer: não sei se poesia é literatura. Fora isso, a gente faz poesia porque a vida não basta”.
Poesia
Um pouco acima do chão, 1949
A luta corporal, 1954
Poemas, 1958
João Boa-Morte, cabra marcado para morrer (cordel), 1962
Quem matou Aparecida? (cordel), 1962
A luta corporal e novos poemas, 1966
História de um valente, (cordel; na clandestinidade, como João Salgueiro), 1966
Por você por mim, 1968
Dentro da noite veloz, 1975
Poema sujo, (onde se localiza a letra de Trenzinho do Caipira), 1976
Na vertigem do dia, 1980
Crime na flora ou Ordem e progresso, 1986
Barulhos, 1987
O formigueiro, 1991
Muitas Vozes, 1999
Um gato chamado gatinho, 2005
Em Alguma Parte Alguma, 2010
Antologias
Antologia poética, 1977
Toda poesia, 1980
Ferreira Gullar – seleção de Beth Brait, 1981
Os melhores poemas de Ferreira Gullar – seleção de Alfredo Bosi, 1983
Poemas escolhidos, 1989
Contos e crônicas
Gamação, 1996
Cidades inventadas, 1997
Resmungos, 2007
Teatro
Um rubi no umbigo, 1979
Crônicas
A estranha vida banal, 1989
O menino e o arco-íris, 2001
Memórias
Rabo de foguete – Os anos de exílio, 1998
Biografia
Nise da Silveira: uma psiquiatra rebelde, 1996
Ensaios
Teoria do não-objeto, 1959
Cultura posta em questão, 1965
Vanguarda e subdesenvolvimento, 1969
Augusto do Anjos ou Vida e morte nordestina, 1977
Tentativa de compreensão: arte concreta, arte neoconcreta – Uma contribuição brasileira, 1977
Uma luz no chão, 1978
Sobre arte, 1983
Etapas da arte contemporânea: do cubismo à arte neoconcreta, 1985
Indagações de hoje, 1989
Argumentação contra a morte da arte, 1993
O Grupo Frente e a reação neoconcreta, 1998
Cultura posta em questão/Vanguarda e subdesenvolvimento, 2002
Rembrandt, 2002
Relâmpagos, 2003
Televisão
Araponga – 1990/1991 (Rede Globo) – colaborador
Dona Flor e Seus Dois Maridos – 1998 (Rede Globo) – colaborador
Irmãos Coragem – 1995 (Rede Globo) – colaborador
Filmes
Os Herdeiros – Davi Martins
Convencido por amigos
O anfitrião da festa lembrou do lado “antiacadêmico” de Gullar, que deve assumir a cadeira no fim de novembro ou início de dezembro. “Por outro lado, ele percebeu que tinha amigos e admiradores na academia”, afirmou Secchin.
Gullar disse que foi convencido por amigos a se candidatar. “Vários acadêmicos amigos meus me ligavam pra dizer que eu tinha que entrar, para me convencer. O fato de substituir o Junqueira, que é meu grande amigo, pesou muito. Foi uma coisa muito comovente, eu não sabia que ele estava doente”, declarou.
Gullar recebeu 36 dos 37 votos (um foi em branco) e superou, em apenas 15 minutos de votação, terminada às 16h15, os candidatos Ademir Barbosa Júnior, José Roberto Guedes de Oliveira e José William Vavruk. Os ocupantes anteriores da cadeira foram: Silva Ramos, fundador – que escolheu como patrono o poeta Tomás Antônio Gonzaga -, Alcântara Machado, Getúlio Vargas (1883-1954), Assis Chateaubriand (1892-1968) e João Cabral de Melo Neto (1920-1999).
“Foi uma votação muito generosa. Ele foi acolhido com muito carinho. Foi um ingresso auspicioso. Ele entra nessa casa com sua poesia. O acolhemos com muita galhardia. Ele esta entrado na instituição presidida por Machado de Assis”, disse a imortal Nelida Piñon durante a tradicional queima de votos após a eleição. “A queima é simbólica, desaparecem os vestígios deixado em cada cédula, para ninguém nunca mais saber. Isso é uma elegância, o Brasil precisa de elegância. Só fica a gloria. Ele vai entrar e a poesia entra. Na academia não tem divórcio”, acrescentou a ex-presidente da ABL.
Outras duas cadeiras da ABL estão abertas: a dos escritores João Ubaldo Ribeiro e Ariano Suassuna, que morreram duas semanas após Ivan Junqueira. A eleição para a vaga de João Ubaldo é no dia 23 de outubro. Uma semana depois, no dia 30, será feita a votação para a cadeira de Suassuna. Os três derrotados na eleição desta quinta podem se candidatar novamente. Outro concorrente, no entanto, é o favorito para a vaga do pernambucano: o escritor Zuenir Ventura.
(FONTE: http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2014/12 – NOTÍCIA – MARANHÃO – Do G1, MA – 04/12/2014)
(FONTE: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/10 – RIO DE JANEIRO – LITERATURA/ Lívia Torres Do G1 Rio – 09/10/2014)