Ana Cristina César, uma das maiores expoentes da poesia brasileira

Ana Cristina César (Rio de Janeiro, 2 de junho de 1952 – Rio de Janeiro, 29 de outubro de 1983), autora carioca, foi uma das maiores expoentes da poesia brasileira.

No auge de sua produção e aclamada pela crítica, a escritora duelava contra o temperamento melancólico, às vezes intempestivo, que já a tinha levado anteriormente a tentar se matar.

Deixou cinco livros de poesias, um em forma de diário. O seu último trabalho foi A teus pés.

Era considerada o expoente da Poesia Marginal, poetas marginais dos anos 1970 (época da ditadura militar no Brasil), da chamada “Geração Mimeógrafo’, tinham um “ímpeto admirável” de divulgação das obras através de meios alternativos. Além de poeta, foi crítica literária e tradutora.

Faziam-no à margem do mercado editorial – na praia, em festas, através de espetáculos e de performances, bem ao espírito desses anos 70 mas com uma relação direta com o que se passa hoje em dia. Estes autores fizeram também “uma leitura fundamental” de Drummond e dos grandes poetas do modernismo brasileiro.

A autora que em Portugal tem a sua poesia publicada na antologia Um Beijo que Tivesse um Blue (edições Quasi, 2005, com seleção e prefácio de Joana Matos Frias) “influenciou profundamente” toda uma geração de poetas brasileiros como Ana Martins Marques, Angélica Freitas, Bruna Beber, Mariano Marovatto, Marília Garcia e até Gregorio Duvivier.

Alguns poemas de Ana Cristina Cesar estão incluídos na importante antologia26 poetas hoje (1976), organizada por Heloísa Buarque de Hollanda, que foi sua professora e onde a autora carioca aparece ao lado de outros colegas do movimento Poesia Marginal, como Cacaso (Antonio Carlos de Brito), Chacal, Francisco Alvim, Charles Peixoto, Geraldo Carneiro, Waly Salomão, Eudoro Augusto.

Mas a obra que a revelou aos leitores brasileiros e fez começar um culto que se tem estendido por décadas, foi o primeiro livro da célebre coleção Cantadas Literárias, da editora Brasiliense, A teus pés que reunia três livros publicados por Ana Cristina Cesar em edição artesanal: os versos de Cenas de Abril, a Correspondência completa (longa carta endereçada a “My dear”) e o diário Luvas de pelica.

Morreu no dia 29 de outubro, no Rio de Janeiro.

(Fonte: IstoÉ/1931 -– 25/10/2006 – Edição Especial 30 anos -– 1983 -– Memória – Editora Três – Pág; 103)

(Fonte: http://publico.uol.com.br/culturaipsilon/noticia -2016-1714392 – CULTURA ÍPSILON/ Por ISABEL COUTINHO – 13/11/2015)