A poetisa polonesa Wislawa Szymborska, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura em 1996, morreu nesta quarta-feira (1) aos 88 anos na Cracóvia vítima de um câncer de pulmão, deixando uma herança poética cheia de humor e ironia, na qual partia dos objetos mais simples para refletir sobre as verdades universais.
“Morreu em casa, tranquila, enquanto dormia”, disse à imprensa seu secretário pessoal, Michal Rusinek, lembrando que a escritora foi sempre uma fumante incorrigível apesar das constantes advertências dos médicos.
A poetisa e ensaísta morreu rodeada por alguns de seus familiares e amigos mais próximos, entre elas a jornalista Katarzyna Kolenda, que posteriormente lembrou em entrevista ao canal TVN24 a personalidade de Wislawa. “Sempre que lhe perguntavam por que escrevia poesia ela respondia com um simples “isso eu não sei”. Tratava seu trabalho como algo muito pessoal e com muita modéstia”, comentou Katarzyna.
Embora Wislawa, nascida em Kornik, no oeste da Polônia, em julho de 1923, fosse a poetisa mais conhecida da Polônia, teve que esperar até a concessão do Nobel em 1996 para que sua obra chegasse ao resto do mundo.
Na ocasião, o comitê do prêmio reconheceu a rica poesia de uma autora a quem qualificou de “Mozart da literatura”, destacando o humor e a simplicidade com a qual abordava as questões mais profundas, como a morte e o amor.
O Nobel representou uma revolução em sua vida e na privacidade que sempre tentou manter, como a própria Wislawa reconheceria, já que causou “uma grande confusão, mas também grande alegria, honra, novas amizades e mudanças”.
A autora destacou-se por uma poesia cheia de humor e pela habilidade em usar trocadilhos, presente desde seu primeiro poema publicado em um jornal local em 1945.
A jovem Wislawa foi surpreendida pela invasão nazista em 1939 e obrigada a realizar trabalhos forçados nas linhas férreas, o que não impediu que continuasse seus estudos em centros ilegais durante o período da guerra.
Posteriormente cursaria Literatura e Sociologia na Universidade da Cracóvia, onde viveu até sua morte.
(Fonte: www.diversao.terra.com.br/arteecultura – 1° de fevereiro de 2012)