OS PRIMEIROS PASSOS DO ROCK-BRASIL
No Brasil, o filme Rock Around The Clock fazia a coqueluche dos casais de namorados em 1957. Antes do filme (No Balanço das Horas, em português) alguns disc-jóqueis brasileiros já haviam tocado a música-título da fita, mas os brasileiros não engoliram qualquer barulho americano sem mais nem menos.
Acontece que Bill Haley e Seus Cometas vendiam bem com a música e as rádios começaram a programá-la a pedidos dos ouvintes. Esse foi o pontapé inicial. A partir daí, o Brasil iria se unir num casamento que dura até hoje com o tal do rock and roll.
Na esteira de Bill Haley, chegaram Elvis e Little Richard. O rock rendia matérias em jornais e revistas. Com o sucesso dos discos americanos aqui, as gravadoras nada bobas começaram a bolar o lançamento de um rock brasileiro. Como não existiam cpmpositores, cantores ou instrumentais, a saída foi fabricar aqui mesmo alguns intérpretes norte-americanos.
Com isso surgiram os Playings o mais famoso da época -, também conhecido como Titulares do Ritmo, um conjunto de senhores cegos com muita cancha de estúdio. Foi aberta à caça aos rockers nacionais para preencher seus espaços entre a juventude nacional.
No Brasil, o negócio era outro: nada da rebeldia que fazia o furor da galera americana. As gravadoras queriam rapazes boa-pintas e garotas engraçadinhas. A primeira aposta, então, no mercado brasileiro foi Sérgio Campello, um jovem da cidade paulista de Taubaté, que gravou um compacto na Odeon, cantando em inglês.
Resolveram mudar o nome do rapaz para Tony Campello, porque isso soava bem mais de acordo com a geração Coca-cola. Do outro lado do compacto, a voz doce da irmã de Tony, Célia, 15 anos, transformada em Cely Campello. No repertório Forgive me e Handfull Baby. O disco não vendeu. Era difícil enganar a juventude brasileira, que tinha acesso ao material original.
O jeito foi partir para as versões de músicas que já estivessem nas paradas americanas: Diana, de Paul Anka, estourou com Carlos Gonzaga; Stupid Cupid, de Neil Sedaka, virou hino na voz de Cely como Estúpido Cupido, e Tony Campello conseguiu emplacar o seu Boogie do Bebê, versão para uma música alemã(!).
Outra figura nessa época foi Sérgio Murilo, que por muito tempo foi considerado o Rei do Rock brasileiro. Broto Legal e Marcianita estão entre os seus maiores sucessos.
(Fonte: SAMPA ROCK CLUB – CLUB FOREVER Nova Sampa Diretriz Editorial Ltda)