MARIA QUITÉRIA DE JESUS (1797- ), Maria Quitéria, a mulher soldado nasceu em 1797 e vivia com a família no Recôncavo Baiano quando, em 1822, os habitantes da região foram conclamados a lutar como voluntários contra os portugueses, que não reconheciam a independência do Brasil. Os emissários, evidentemente, convocavam os homens. Quando o emissário da Junta Conciliatória de Defesa sediada em Cachoeira, na Bahia, chegou a cidadezinha de São José de Itapororocas com a missão de arregimentar voluntários para o exército do Imperador, jamais poderia imaginar que o soldado Medeiros, que se alistara no Corpo de Artilharia, fosse uma mulher! Pois foi o que aconteceu. Em vez de o pai (Gonçalves Alves de Almeida) se entusiasmar com a causa da independência, quem se sentiu motivada a lutar foi sua filha, Maria Quitéria. Ouvindo a conversa do soldado que descrevia as grandezas do Brasil, projetava um futuro brilhante sem o domínio de Portugal e elogiava as qualidades de Dom Pedro I e a Imperatriz, Maria Quitéria sentiu o coração ardendo no peito. Queria ser homem para poder servir à pátria. No final de 1822, depois de lutar com grande coragem, já respeitada como uma mulher de valor, Maria Quitéria incorporou-se ao Batalhão de Voluntários do imperador, tornando-se oficialmente a primeira brasileira a fazer parte de uma unidade militar e merecendo as mais honrosas citações pela bravura e heroísmo. Em agosto de 1823, no Rio de Janeiro, foi recebida na corte por D. Pedro, que lhe concedeu o posto de alferes de linha e, pessoalmente, colocou no seu uniforme a comenda de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro. Maria Quitéria é hoje reconhecida como Patrono do Quadro Complementar do Exército.
(Fonte: Nova Mulher 2000)