Jessica Sanchez é a primeira brasileira a participar do calendário Campari
Jessica Sanchez, do Vizinho Gastrobar, é o rosto, quer dizer, as mãos brasileiras que vestem as luvas vermelhas desta edição do Red Diaries — o novo formato do calendário Campari, que deixou o papel para ganhar as telas em formato de curta-metragem. No filme “Entering Red”, dirigido pelo italiano Matteo Garrone (de “Dogman”), lançado no último dia 5, na Itália, a mixologista faz aparições enigmáticas que ajudam — ou não — a atriz cubana Ana de Armas (de “Blade Runner 2049” ) a encontrar o negroni perfeito em Milão. O coquetel mais famoso feito com gim, vermute tinto e o aperitivo italiano completa 100 anos e é o mote da trama.
Trata-se de uma estreia luxuosa como atriz da menina de família mórmon que, até os 17 anos, nunca tinha experimentado uma gota de álcool sequer e hoje, aos 29, concilia a rotina de mãe bartender e empresária.
— Dez anos atrás, era um desafio estar atrás do bar fazendo coquetéis, não via mulheres fazendo isso — diz Jessica, orgulhosa por estar entre os seis bartenders do mundo escalados para o projeto. — É como uma recompensa ser reconhecida pelo meu trabalho dentro e fora do meu país e, se isso servir de inspiração para outras mulheres, é melhor ainda.
Passada a primeira barreira, ela encara a diferença de gênero no bar de forma pragmática.
— Vejo as coisas acontecerem de forma igual para homens e mulheres. Além da questão de gênero, a sua orientação sexual, cor e classificação social são pontos muito fortes de preconceito — ressalta Jessica, que dá pouca atenção e esses embates. — A forma como você reage a isso diz mais do que a ação em si. Sou muito segura do que eu represento e do que eu posso fazer. O vitimismo é muito negativo.