A primeira comentarista de campeonatos profissionais de videogame
Evelyn Ribeiro, a “Amaryllis”, fala do amadurecimento dos games e do machismo no setor
“Videogame não é mais só coisa de criança”, disse Evelyn Ribeiro, a “Amaryllis” (seu apelido como jogadora), primeira comentarista mulher de e-sports, os esportes eletrônicos, no Brasil. Não é, mesmo. Para se ter ideia, a final brasileira de League of Legends, um game muito jogado pelos atletas profissionais do setor, teve 12 000 pessoas na plateia, no estádio do Palmeiras, em São Paulo, e outras 850 000 conferiram na TV e em salas de cinema. As disputas profissionais do setor movimentam 750 milhões de dólares por ano em todo o mundo e tem jogador ganhando salário de alto-executivo. Amaryllis – que largou a engenharia elétrica para se dedicar à nova profissão – sobre a profissionalização do ato de jogar games e também acerca de dificuldades que as mulheres enfrentam para vencer preconceitos que ainda aparecem entre os gamers.
Amarillys, a primeira narradora de e-sports no Brasil
Evelyn “Amarillys” Ribeiro recebeu um convite para narrar um campeonato de HearthStone, depois de se destacar jogando foi contratada pela Electronic Sports League (ESL) Brasil. E com isso, vira a primeira mulher caster do Brasil.
Amarillys joga HearthStone desde a fase de testes beta do jogo.
Amarillys estava investindo na carreira competitiva, quando recebeu o convite no inicio de Março para jogar a Challenger Series (torneio entre profissionais da modalidade). Mas antes que ela pudesse sequer jogar, foi convidada à narrar ao envés de jogar. “Foi o meu primeiro contato [com a narração]. Gostei muito e o que era diversão virou também trabalho”. A ESL-Brasil estava montando uma equipe para comandar o torneio de HS que a empresa iria lançar, e a Amarillys foi convidada para participar dessa equipe. Ela divide a bancada de narração e comentários com Lucas “Marduk” Rampinelli desde o dia 24 de maio.
“Foi tudo muito rápido. Fiz uma única narração no Challenger Series e o feedback do público foi muito positivo. Depois da transmissão, fui informada que a ESL havia assistido”, lembrou. “Foi uma surpresa muito agradável, pois só tinha experiência como colunista e player. Por este motivo, estou me esforçando para valer esta oportunidade única e espero melhorar cada vez mais ao longo dos trabalhos”.
Já dizia tio Ben: “Com grandes poderes, vem grandes responsabilidades” – E por ser a pioneira, Amaryllis não discorda de tal afirmação. Principalmente por trabalhar em um ambiente predominantemente dominado por homens.
Evelyn diz que se incomoda com os comentários machistas que recebe, porém evita prestar atenção porque não são construtivos para a carreira dela. “Infelizmente, toda e qualquer mulher que se aventura em um universo predominantemente masculino acaba sofrendo. Procuro não dar atenção ao que não for construtivo e, no final, minha equipe me dá o feedback necessário”.
(Fonte: http://veja.abril.com.br – A ORIGEM DOS BYTES/ Por Filipe Vilicic – 22/06/2016)
(Fonte: http://www.acezone.com.br – Amarillys, a primeira narradora de e-sports no Brasil/ Por SÁVIA “AOSAH” CARDOSO – 3 de Junho de 2016)