A primeira economista mulher a ganhar o premio Nobel de economia.
Elinor Ostrom, norte-americana galardoada com o Nobel da Economia em 2009, com Oliver E. Williamson.
Em 12 de outubro de 2009 – A professora da Universidade de Indiana Elinor Ostrom se tornou a primeira mulher a receber o Prêmio Nobel de Economia. Ela dividiu a honraria com Oliver Williamson.
Ostrom recebeu o Nobel da Ciência Econômica de 2009 em conjunto com Williamson, também norte-americano, pelo trabalho desenvolvido na área de investigação e análise da governação econômica.
Ostrom demonstrou, nas suas investigações, como a propriedade comum pode ser gerida de uma forma rentável pelas associações de utilizadores. A ideia por trás deste conceito é a de que, quando existe um bem comum finito, como o recurso da água, e uma série de indivíduos a procurar maximizar o seu interesse próprio, o resultado é que cada um dos indivíduos vai utilizar o mais que pode esse recurso comum.
Numa entrevista à revista francesa Le Nouvel Observateur, publicada pela Visão em Novembro do ano passado, Elinor Ostrom sublinhava que, quando a gestão de determinado recurso é feita a longo prazo e quando as várias partes envolvidas se conhecem e ganham confiança recíproca, a gestão dos bens comuns corre bem. Quando o serviço funciona em pequena escala, os cidadãos conhecem a sua polícia e têm confiança nela, acrescentava.
Elinor Ostrom lembrava ainda que, apesar de os economistas já se interessarem pelo estudo dos bens comuns, eram incapazes de sair dos modelos tradicionais e partiam sempre do princípio de que a autogestão era impossível.
O universo dos economistas, sustentava, ruiu em 1980, quando estudos demonstraram que a autogestão funcionava em todo o mundo, por muito pouco que utilizadores conseguissem organizar-se para racionalizar a gestão.
Agora, que estamos na iminência de grandes alterações climáticas e da destruição de recursos ecológicos essenciais, como o ar, a água ou a biodiversidade, as ciências sociais dedicam-se cada vez mais à gestão dos bens comuns. Para enfrentar a questão de forma dinâmica podemos usar a teoria da policentricidade.
Quando, em 2009, o Nobel foi atribuído a Ostrom e Williamson, o economista João César das Neves, que escreveu um livro sobre os prêmios e os premiados na história do Nobel da Economia, comentou que a escolha dos dois acadêmicos era um prêmio ao controle interno da empresa, a sua organização e o seu funcionamento, numa tentativa de reação à crise.
Elinor Ostrom faleceu em 12 de junho de 2012, aos 78 anos, de cancro no pâncreas no Hospital Bloomington em Indiana.
(Fonte: http://www.publico.pt/economia/noticia – ECONOMIA – PÚBLICO e LUSA – 12/06/2012)