A PRIMEIRA FATALIDADE AUTOMOBILÍSTICA NO BRASIL
Embora os chauffeur de outrora fossem experientes e responsáveis, nem sempre os pedestres prestavam a devida atenção para atravessar as movimentadas ruas de São Paulo (até porque havia muito mais pedestres que automóvel). E, pensando bem, até que demorou para que a primeira fatalidade acontecesse: em 13 de março de 1910, o veículo chapa 143 atropelou um incauto cidadão suíço radicado no Brasil, Auguste Perrand, que não resistiu ao choque e faleceu horas depois.
Para quem via no automóvel a epítome da máquina do diabo foi um prato cheio. Ainda mais porque, no mesmo ano, chegava ao Brasil a notícia de que um piloto americano, Barney Oldfield, havia dirigido seu carro de corrida, um Blitzen Benz, a estratosféricos 212 km/h, na pista de Daytona Beach, nos Estados Unidos, pulverizando todos os recordes de velocidade. Os detratores do automóvel logo fizeram outra continha simples: se a 30 km/h o carro já matava, a 200 ele se tornaria uma arma mortífera. As estatísticas das décadas seguintes iriam mostrar que havia muita verdade nisso: no século XX, os carros rivalizariam com as guerras em número de fatalidades.
(Fonte: Revista QUATRO RODAS ESPECIAL Edição Especial 0418 N.º 507B Editora ABRIL A Automóvel no Brasil Capítulo II – O Carro no Brasil Pág. 31)