A primeira grande vitória da indústria do petróleo no País
A ERA DAS REFINARIAS Primeiro desafio, nos anos 60: dominar os segredos da fabricação de combustíveis.
No modesto acervo que a Petrobras recebeu do governo, ao nascer, vieram a pequena Refinaria de Mataripe, que processava 10 mil barris por dia, na Baia de Todos os Santos, e uma obra ambiciosa, em Cubatão (SP), para ser inaugurada em 1955 e que poderia garantir a metade dos derivados de petróleo consumidos no País. Na época, ambas tinham sido projetadas, fabricadas e transportadas por estrangeiros. E gente de fora também viria operá-las. O trabalho dos brasileiros, durante algum tempo, seria traduzir manuais e aplicar suas instruções em atividades de processamento para fabricação de gasolina, diesel e demais produtos petrolíferos.
Dessa pequena plataforma industrial emergiriam a motivação e o conhecimento que construíram a primeira grande vitória da indústria do petróleo no País: autonomia industrial e técnica na produção dos derivados. Uma trajetória que somou aprendizado, investimentos e ousadia, gerando em menos de duas décadas um parque de refino atualizado, com participação expressiva e crescente da indústria local e uso de processos desenvolvidos nos laboratórios da companhia.
A distancia entre o custo da matéria-prima e o preço final daquilo que despontava nas torres de fracionamento era tão grande que os países buscavam, primeiro, implantar refinarias, e boa parte dessas indústrias complexas pertencia a empresas públicas. O começo da década de 70 testemunhou o maior ciclo de expansão na capacidade de refino no mundo inteiro. No Brasil, por exemplo, as grandes refinarias entraram em operação em menos de onze anos. Com o segundo choque nos preços, no final de 1979, a indústria chegou a suportar uma capacidade ociosa de 30%, três vezes superior a tradição.
(Fonte: Petrobras 50 anos Suplemento publicitário da revista Veja Ano 36 Edição 1827 2003 – Pág; 24/25)