Austríaca quebra tabu na F-1
Monisha Kaltenborn se torna a primeira mulher a assumir alto cargo em equipe da categoria
A Fórmula 1 sempre foi um ambiente de difícil acesso às mulheres. A história talvez comece a mudar a partir da próxima temporada, na qual a austríaca Monisha Kaltenborn vai quebrar um tabu: o de ser a primeira a ocupar um cargo de alto comando na categoria- o de diretora de gestão da equipe Sauber.
De acordo com informações da escuderia, Monisha, de 38 anos, é formada em direito e desempenha a função de chefe de assuntos legais da Sauber desde 1998. Sua atuação destacada no relacionamento com os chefes da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Formula 1 Management (FOM) e a Associação de Equipes da categoria (FOTA) fez com que passasse a ser integrante do conselho de administração da companhia em 2001 e ganhasse a confiança do novo presidente da equipe, Peter Sauber, que no final do ano comprou a parte do time que pertencia à BMW.
A Sauber não fez muito alarde em cima do fato inédito de promover uma mulher para um cargo de alto nível. O nome da nova diretora foi anunciado com o dos outros três integrantes da chefia operacional . Alex Sauber, ( filho de Peter Sauber) será o responsável pela área de marketing, enquanto o Willi Rampf ficará como diretor técnico e Jürg Flach assumirá o posto de diretor de operações.
“A Fórmula 1 está mudando constantemente”, afirma Peter Sauber. “Essa divisão de responsabilidades não apenas responde às necessidades do esporte como também serve para arejar as coisas dentro da companhia. Eu continuarei informado dos progressos mais importantes, mas deixarei os assuntos operacionais para a gerência em Hinwil (Suíça).”
MULHERES E A F-1
A ascensão de Monisha é fato raro na Fórmula 1. Com exceção dos cargos em assessorias de imprensa, as mulheres só costumam ter espaço nos bastidores das escuderias como cozinheiras e ajudantes de limpeza. Destaque, até hoje, para apenas uma mulher: a italiana Lella Lombardi, piloto que obteve meio ponto na temporada de 1975 e disputou 12 corridas. Além dela, apenas outra competidora conseguiu largar – a também italiana Maria Teresa De Filippis, que disputou três provas em 1958.
Mais três mulheres chegaram à Fórmula 1, porém sem obter classificação para um Grande Prêmio: a britânica Divina Galica (1976-1978), a sul-africana Desiré Wilson (1979) e a italiana Giovanna Amati (1992).
(Fonte: www.estadao.com.br ESPORTES – Sábado, 09 de Janeiro de 2010 )