Após quase 100 anos, UFRJ tem primeira mulher como reitora
A PRIMEIRA MULHER A OCUPAR O CARGO DE REITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Denise Pires de Carvalho, de 54 anos, é a primeira mulher a ocupar o cargo de reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que vai completar 100 anos em 7 de setembro de 2020. Ela havia sido a primeira colocada na eleição interna da instituição em abril, que elaborou uma lista tríplice, encaminhada ao presidente da República, Jair Bolsonaro. Em 20 de maio, em um evento na Federação das Indústrias do Rio (Firjan), ele informou sobre a nomeação dela.
Denise já havia se candidatado uma vez ao cargo, em 2015, quando perdeu para Roberto Leher, reitor que agora vai substituir. Denise faz oposição ao grupo que administrou a UFRJ nos últimos anos – critica, por exemplo, o projeto de expansão da universidade, alegando que o número de alunos cresceu sem que houvesse ampliação da estrutura.
Formada em Medicina pela UFRJ em 1987, Denise concluiu mestrado em Ciências Biológicas (Biofísica) em 1989 e doutorado em Ciências em 1994, ambos pelo Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, órgão da UFRJ. Ela também fez dois pós-doutorados: no Hôpital de Bicêtre, Unité Tiroïde, em Paris, em 1995; e na Universitá Degli Studi di Napoli, em Nápoles, em 2006.
A nova reitora é professora titular do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho e já ocupou diversos cargos na UFRJ: incluindo o de diretora do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, de 2010 a 2013; o de coordenadora de Graduação (de 1998 a 1999); e o da Pós-Graduação (de 2001 a 2005), além de ter sido vice-diretora do Instituto de Biofísica (de 2007 a 2010) e integrante do Conselho Universitário de 2012 a 2016.
Trabalhos
Ela já publicou mais de 140 trabalhos e proferiu mais de 50 conferências no Brasil e no exterior. Atualmente é revisora de mais de 20 revistas científicas internacionais. Tem experiência na área de Endocrinologia e Fisiologia, com ênfase em Fisiopatologia Tireoide. Denise também é mãe de aluna: uma de suas filhas cursa Medicina na UFRJ. A outra formou-se em Ecologia na mesma universidade.
Nesta segunda-feira, 20, apesar de feliz, ela manteve a discrição ao falar à imprensa e aos amigos. “Precisa aguardar a publicação no Diário Oficial. Sou muito pé no chão”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Eleição indica Denise Pires de Carvalho como a primeira mulher reitora da UFRJ
Colégio Eleitoral se reúne no dia 30 para compor lista tríplice. Nomeação ainda tem que ser aprovada pelo governo federal.
A professora Denise Pires de Carvalho foi indicada reitora da UFRJ na pesquisa feita na comunidade universitária. Para vice-reitor, o apontado pela chapa 10 (#ufrjvaiserdiferente) é Carlos Frederico Leão Rocha. A apuração dos votos terminou na manhã deste sábado (6), mas a nomeação precisa ser aprovada pelo governo federal.
O Colégio Eleitoral da UFRJ se reunirá ainda este mês para formar uma lista tríplice, que deve ser enviada ao Governo.
No total, foram 19.232 votos em urnas eletrônicas e 1.655 votos em cédula de papel. A votação ocorreu entre os dias 2 e 4 nos equipamentos cedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Estudantes de ensino a distância votaram no dia 29 de março.
Esta é a primeira vez que uma mulher é escolhida para a Reitoria da UFRJ, que completará 100 anos em 2020.
Perfis
Denise Pires é professora do Instituto de Biofísica (IBCCF) da UFRJ. Leciona nos cursos de graduação da área da saúde e nos programas de pós-graduação em Medicina (Endocrinologia) e Ciências Biológicas-Fisiologia da UFRJ.
Foi orientadora na turma fora de sede da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e no mestrado profissional da UFRJ para formação científica de professores de Biologia. Médica formada pela UFRJ com diploma cum laude (coeficiente de rendimento acumulado acima de 8), possui mestrado e doutorado em Ciências Biológicas (Biofísica), ambos pelo IBCCF/UFRJ.
Tem pós-doutorado pelo Hôpital de Bicêtre (Paris) e pelo Universitá Degli Studi di Napoli (Itália). Já foi diretora e vice-diretora do IBCCF/UFRJ, coordenadora acadêmica da Pró-Reitoria de Graduação (PR-1/UFRJ), além de diretora adjunta de graduação e pós-graduação.
Já Carlos Frederico Leão Rocha, professor associado do Instituto de Economia (IE). É pesquisador na área de Economia Industrial e da Inovação e atua no Programa de Pós-Graduação em Economia da UFRJ.
Graduado em Ciências Econômicas, é mestre e doutor em Economia da Indústria e da Tecnologia, sendo as três formações pela UFRJ. Tem pós-doutorado pela Università degli Studi di Siena (Itália) e pelo Institute for High Technology – Universidade das Nações Unidas (Holanda). Foi diretor do IE/UFRJ e vice-presidente da Adufrj, associação de docentes da Universidade. Além disso, atuou como membro do Comitê Técnico do Plano Diretor da UFRJ e representante do Conselho de Ensino para Graduados (Cepg).
Votos
A chapa 10 obteve 9.427 votos. A chapa 40 (Unidade e diversidade pela universidade pública e gratuita), liderada pelo professor Oscar Rosa Mattos, da Escola Politécnica e da Coppe/UFRJ, e pela professora Maria Fernanda Santos Quintela da Costa Nunes, do Instituto de Biologia, obteve 8.825 votos.
Já a chapa 20 (#minerva2.0), encabeçada pelos docentes Roberto dos Santos Bartholo Junior, da Coppe/UFRJ e da Faculdade de Letras, e João Felippe Cury Marinho Mathias, professor do Instituto de Economia, teve 2.281 votos.
Considerando o sistema de ponderação adotado no regimento da pesquisa, as chapas 10, 40 e 20 tiveram, respectivamente, 24,66%, 17,68% e 4,83% dos votos possíveis dentro do universo de votantes. Para ser encerrada no primeiro turno, a chapa em primeiro lugar deveria ter um total de votos superior à soma da votação das outras chapas, mais brancos e nulos. Assim, o segundo turno não ocorreu por uma diferença de 0,9% entre o percentual da chapa 10 e os demais. A pesquisa registrou 121 votos brancos (0,41%) e 233 nulos (0,82%).
Próximos passos
Candidaturas à Reitoria e Vice-Reitoria da UFRJ deverão formalizar pedido de inscrição para o quadriênio 2019-2023 na Secretaria dos Órgãos Colegiados, nos dias 24 e 25/4, das 9h às 17h, apresentando, obrigatoriamente, Carta Programa, nos termos da Resolução 14/2018.
No dia 30, o Colégio Eleitoral da UFRJ se reunirá para formar uma lista tríplice, que deve ser enviada ao Governo Federal para nomeação da Reitoria. “Não existe vinculação formal entre a pesquisa e a escolha do Colégio Eleitoral. No entanto, seguindo longa tradição democrática, os conselheiros desse colégio, especialmente formado para o processo, costumam levar em conta a vontade popular expressa na pesquisa”, disse a UFRJ, em texto divulgado neste sábado.
A composição do Colégio foi anunciada em dezembro do ano passado no Conselho Universitário (Consuni). Atendendo ao que preconiza a legislação, tem pelo menos 70% de docentes em sua composição. É composto pelos membros do Consuni, Conselho de Ensino de Graduação (CEG), Conselho de Ensino para Graduados (Cepg) e Conselho de Curadores. Sua formação atende ao Estatuto da UFRJ, conforme o exercício da autonomia universitária prevista e garantida pelo artigo 207 da Constituição Federal.
(Fonte: https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/05/21 – NOTÍCIAS / EDUCAÇÃO / Fábio Grellet, com colaboração de Denise Luna Rio – 21/05/2019)
(Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2019/04/06 – RIO DE JANEIRO / NOTÍCIA / Por G1 Rio – 06/04/2019)